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CAMPO MINADO
Quilombolas fazem protesto contra Vale
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Ao menos 300 quilombolas bloqueiam desde ontem uma estrada de acesso
ao canteiro de obras da Vale do Rio Doce em Moju
(82 km de Belém), no Pará.
O bloqueio é uma represália contra o suposto descumprimento, pela Vale,
de acordos compensatórios por danos ambientais,
sociais e econômicos.
O protesto teve início na
última quarta-feira, após
os quilombolas derrubarem uma torre da linha de
transmissão de energia da
mineradora.
Na região de Moju, há 13
comunidades quilombolas
-cerca de 500 famílias.
Desde 2005, a Vale constrói no local uma linha de
transmissão e uma tubulação para uma mina de bauxita Paragominas, em fase
de implantação.
Como compensação por
danos ambientais, sociais
e econômicos causados
pela obra, a Vale assinou
termo de ajustamento de
conduta com as comunidades, no qual se compromete a construir uma escola e um posto de saúde,
recuperar 33 km de estradas e implantar um projeto de produção e renda.
Por telefone, a irmã Maria Luiza Fernandes, da
CPT (Comissão Pastoral
da Terra), disse que a Vale
entregou até agora apenas
o posto de saúde.
Em nota, a Vale informou que registrou boletim
de ocorrência sobre a derrubada da torre de transmissão, que classificou como "ato ilegal e violento".
A empresa disse cumprir o acordo com os quilombolas e pediu apuração
da Promotoria para os
"atos de vandalismo".
O promotor Raimundo
Moraes disse que questionará a concessão, pelo governo do Pará, do licenciamento ambiental para a
Vale. Segundo ele, as comunidades quilombolas
não foram incorporadas
ao projeto. "A Vale tem
adotado uma postura arrogante no Pará, que não
condiz com a postura de
empresa ambiental, vista
em sua propaganda."
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