|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREVIDÊNCIA
Depois de comentar em entrevista, ministro negou apresentação; ele se reúne hoje com Conselho Nacional de Previdência Social
Berzoini apresenta linhas de reforma ao FMI
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, disse ontem que
já apresentou as "linhas gerais" da
reforma da Previdência ao FMI
(Fundo Monetário Internacional). O assunto foi abordado em
reunião com o representante do
Fundo no Brasil, Rogério Zandamella, anteontem.
O déficit da Previdência, que em
2003 deve alcançar 5,2% do PIB
(Produto Interno Bruto), é uma
das preocupações do FMI em relação às contas públicas brasileiras. A Previdência do setor público é o principal foco do problema.
"Mostrei dados sobre a situação
da Previdência e as linhas gerais
da reforma", disse o ministro ontem. Segundo ele, não foram
apresentados detalhes ou números sobre a reforma. "Foi uma
conversa breve." Ele afirmou ainda que perguntou ao representante do FMI as impressões da instituição sobre a questão da Previdência no Brasil.
Horas depois da entrevista, por
meio de sua assessoria de imprensa, Berzoini negou ter apresentado as linhas gerais da reforma ao
FMI. Afirmou também que não
considera o encontro uma apresentação oficial da reforma.
No acordo com o FMI, fechado
entre o fundo e o governo FHC, o
Brasil se comprometeu a "avançar" em 2002 na agenda legislativa, aprovando o projeto de lei
complementar que cria fundos de
aposentadoria complementar para servidores públicos.
A reforma proposta pelo PT
tem o mesmo princípio do projeto (chamado de PL 9), mas é mais
abrangente. Enquanto o PL 9 limita ao teto do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social), os benefícios dos novos servidores públicos, a proposta do governo é
acabar com a aposentadoria integral também dos atuais funcionários públicos. "Estamos abrindo o
debate sobre a reforma, mas, se
chegarmos à conclusão de que o
PL 9 é prioridade, podemos encaminhá-lo de forma mais rápida
[no Congresso]. Isso vai depender
das lideranças", disse.
Nas últimas semanas, Berzoini
encontrou diversos setores da sociedade para discutir a reforma
previdenciária. O debate oficial
sobre o tema começará em fevereiro, quando será apresentado ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O
conselho será o principal fórum
de discussão sobre as reformas do
governo Lula. Berzoini deve viajar
pelo país para debater o assunto
com prefeitos e governadores.
Hoje, o ministro apresentará ao
Conselho Nacional de Previdência Social um diagnóstico do atual
quadro da Previdência. "Será um
diagnóstico mais atualizado, dentro de um modelo transparente,
não só na visão fiscal, mas levando em conta a importância social
da Previdência."
Texto Anterior: Falta de tradutor atrasa investigação sobre caso Próximo Texto: Para Palocci, déficit ameaça aposentadorias Índice
|