DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que pretende levar ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, os temas debatidos pelo concorrente Fórum Social Mundial, sediado em Porto Alegre (RS). Lula participará hoje do Fórum Social e no domingo estará no Econômico.
Por causa disso, foi acusado de "ambiguidade" pelos organizadores do evento gaúcho, que teve no PT um de seus idealizadores. "Depois de participar pela terceira vez do Fórum Social (...), vou a Davos para mostrar que um outro mundo é possível", diz Lula, em nota lida pelo porta-voz André Singer. "Um outro mundo é possível" é o slogan do Fórum Social.
Segundo o presidente, "Davos precisa ouvir Porto Alegre". A declaração conciliatória de Lula, em que busca unir os dois eventos, pode ser interpretada como uma tentativa de esvaziar as críticas que sofre por ir à Suíça. Assessores do presidente têm insistido em que o discurso de Lula nos dois eventos será o mesmo, só com uma mudança de formato.
Lula encerra o comunicado afirmando que pedirá na Suíça atenção maior à repartição de riquezas: "Vou levar a Davos a mensagem de que os países ricos precisam também distribuir a renda no planeta". Leia a seguir a íntegra da nota do presidente da República:
 
"Depois de participar, pela terceira vez, do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, vou a Davos para mostrar que um outro mundo é possível.
Davos precisa ouvir Porto Alegre.
Do mesmo modo que é necessário um novo contrato social no Brasil, é preciso um pacto mundial que diminua a distância entre os países ricos e os países pobres. É inadmissível que no início de um novo milênio ainda haja milhões de seres humanos que não tenham sequer o que comer.
Por isso, a prioridade do meu governo, no Brasil, é o combate à fome. Vou levar a Davos a mensagem de que os países ricos precisam também distribuir a renda no planeta."


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