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PF investiga conflito em Japorã que deixou índio ferido na cabeça
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JAPORÃ (MS)
A Polícia Federal investiga como o índio Odeir Martins, 15, foi
ferido na cabeça no confronto entre 250 índios e 300 fazendeiros na
quarta-feira, em Japorã (MS).
Ontem, a Agência Folha entrou
na fazenda Paloma, uma das 14
invadidas por cerca de mil índios.
Na propriedade, encontrou Odeir
com um curativo na cabeça.
Ele disse que levou um tiro de
raspão no confronto e desmaiou
em seguida. As lideranças indígenas afirmaram inicialmente que o
ferimento tinha sido na nuca.
O cacique guarani Mãmãgá e os
pais do adolescente, Paulo Francisco e Paulina Martins, dizem
que "Odeir derramou sangue por
todos os índios" que invadiram as
fazendas. "Além de tomarem nossa terra, ainda tiram sangue de índio", disse Avacho Kanda, 32. Os
índios querem a posse de 9.400
hectares em Japorã. Nessa área estão as fazendas invadidas.
Odeir disse que ainda sente forte dores na cabeça. A mãe dele
mostra um boné com marcas de
sangue e com um furo semelhante ao feito por bala. No local do
confronto, ocorrido na ponte que
dá acesso às propriedades, a Polícia Militar encontrou uma cápsula de revólver calibre 22.
O advogado dos fazendeiros,
Geones Miguel Ledesma, afirmou
ontem que eles não estavam armados. Os ruralistas protestavam
contra a invasão das terras, quando houve o confronto. Na cidade
vizinha de Iguatemi, cerca de 50
fazendeiros e trabalhadores rurais
se reuniram com o presidente da
Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul, Léo de Brito. O
grupo deve decidir hoje a data de
uma nova manifestação.
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