|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"MENSALÃO"/ CONTA SUSPEITA
Segundo vice de MG, depósitos são por acertos com Marcos Valério, de quem foi sócio até 98
Clésio recebeu da SMPB, diz CPI
RUBENS VALENTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Correios detectou pagamentos da SMPB Comunicação, do publicitário mineiro Marcos Valério de Souza, de R$ 1,4
milhão a dois institutos ligados ao
vice-governador de Minas Gerais,
Clésio Andrade (PL-MG), e
R$ 392 mil ao jornalista Aristides
França Neto, que ocupou cargo
na CNT (Confederação Nacional
do Transporte), da qual Clésio
Andrade é presidente.
Clésio divulgou ontem nota em
que diz que os depósitos devem-se a acertos empresariais com Valério, de quem foi sócio até "meados de 1998". Clésio afirma que o
destino dos recursos ao Instituto
João Alfredo Andrade deveu-se a
"decisão empresarial". Segundo
ele, os depósitos somaram R$ 1,6
milhão, entre 1997 e 1988, "referentes a créditos empresariais e
provenientes de parte dos valores
como sinal de pagamento da venda das minhas participações".
Em nota enviada à Folha, França Neto admitiu ter recebido recursos do caixa dois para gastos
com a campanha 1998, mas não
especificou para quem. "Confirmo à Vossa Senhoria essas transferências, no montante de R$ 250
mil/R$ 300 mil, não me lembrando de valores exatos em virtude
do tempo decorrido. Estes recursos foram repassados pelo caixa
da campanha para cumprir compromissos na região metropolitana de Belo Horizonte (MG)."
Dados da CPI apontaram cinco
depósitos a França Neto, num total de R$ 392,5 mil, em 30 de dezembro de 1997, 28 de agosto e 4,
18 e 30 de setembro de 1998. O jornalista, que disse atuar como consultor de comunicação, também
trabalhou para o Idaq (Instituto
de Desenvolvimento, Assistência
Técnica e Qualidade em Transporte), criado em 1995 pela CNT.
A CNT tem como filiadas 29 federações de empresas de transporte, com 348 sindicatos representativos de 40 mil empresas de
transporte e 350 mil autônomos.
Em 1998, Clésio era candidato a
vice na chapa do então candidato
à reeleição Eduardo Azeredo
(PSDB-MG), hoje senador e suspeito de usar o esquema abastecido por Valério em 1998. Os repasses aos institutos Idaq e João Alfredo Andrade, entidade de ensino superior, se deram entre novembro de 1997 e janeiro de 1999.
Em 1998, ocorreram repasses
mensais de R$ 133 mil. O Idaq recebeu R$ 79 mil da SMPB em
março de 1997, janeiro e agosto de
1998. A CPI detectou ainda o pagamento de R$ 120 mil do Idaq à
SMPB. Segundo a assessoria de
Clésio, tratou-se do pagamento
de uma peça publicitária.
Texto Anterior: Janio de Freitas: Dos fóruns a Palocci Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/CPI dos Correios: "Lula foi negligente", afirma Serraglio Índice
|