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QUESTÃO INDÍGENA
Entidade alega incompatibilidade
Funcionário é exonerado após discordar do presidente da Funai
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O coordenador-geral de Índios
Isolados da Funai (Fundação Nacional do Índio), Sydney Possuelo, foi exonerado do cargo ontem
após discordar publicamente do
presidente da entidade. Possuelo,
que foi presidente da Funai de
1991 a 1993, nos governos Fernando Collor e Itamar Franco, é servidor aposentado da fundação e
ocupava cargo de confiança.
O desentendimento foi divulgado pela imprensa depois que a
agência de notícias Reuters publicou, em 12 de janeiro, declarações
do presidente da Funai, Mércio
Pereira Gomes, dizendo que as
reivindicações pela criação de novas terras indígenas no país estariam passando dos limites. Ele
afirmava haver necessidade de intervenção do Supremo Tribunal
Federal para definir um limite para a questão.
Possuelo reagiu e disse ao jornal
"O Estado de São Paulo" que o
presidente da Funai fala a língua
dos fazendeiros e madeireiros. Ele
fez a afirmação por rádiotransmissor, do interior do Pará.
A exoneração do sertanista foi
publicada ontem no "Diário Oficial". A Funai disse, por meio de
nota, que crescia a incompatibilidade de Possuelo com outros sertanistas da entidade que trabalham com índios isolados.
Sobre as declarações de Mércio,
a Funai havia dito que atende às
reivindicações dos indígenas dentro dos ritos legais, sem atropelar
os direitos dos grupos que contestam as demarcações.
Possuelo disse à Folha que foi
demitido devido às divergências.
E reafirmou: "De acordo com a
lei, o presidente da Funai é tutor
dos povos indígenas. E alguém
que declara isso é um tutor infiel".
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