São Paulo, quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Soros e o Estado

nytimes.com


O "pioneiro dos fundos" George Soros almoçou com jornalistas em Davos para anunciar "o fim de uma era", postou o blog do "New York Times", com imagem em que ele estende a mão (à dir.).
Onipresente ontem, da BBC ao "Jornal Nacional", um dia antes ele já escreveu no "Financial Times" e declarou a um jornal austríaco que esta é "a pior crise dos mercados desde a Segunda Guerra". Atacou o "fundamentalismo do mercado" e os governos por "acreditarem demais no mercado nos últimos 20 anos". Quer intervenção estatal para a "garantia de que os principais agentes do mercado não vão falhar", melhor dizendo, "os grandes bancos". Pede "estímulo fiscal e monetário" e aceita "mais regulação". Diz até que "o sistema financeiro precisa de um xerife global".

ROUBINI & ROACH
Soros falou também em "mudança de poder" dos EUA para o "mundo em desenvolvimento, sobretudo China".
Já dois analistas ontem em Davos, eles que "supostamente" previram a crise, Nouriel Roubini e Stephen Roach, diziam que ela deve atingir os emergentes com "ano duro", na BBC. Roach, blogueiro no "FT", ironizou os "entusiastas do descolamento" de Davos.

"EXULTANTE"
"A América Latina chega exultante a Davos, ainda que temerosa de recessão nos EUA", destacou agência do Google. E o fórum "volta os olhos para a América Latina", destacou o site Swissinfo.
Por enquanto, de brasileiro só apareceu um diretor da Petrobras, dizendo à Efe que o país "é o latino-americano mais preparado para a crise".

DOHA EM DAVOS
Na manchete da BBC Brasil, "Crise pode favorecer acordo na Rodada Doha, diz negociador indiano". Para ele, "existe um desejo maior, por conta do atual momento".
E Tony Blair, tornado co-presidente do fórum, declarou às agências que revitalizar a rodada seria "coisa fantástica" e deve ser "a maior prioridade" de Davos. Do chanceler Celso Amorim, nada ainda.

CHINA VS. EUA
Os blogs de "NYT" e BBC destacaram o confronto entre representantes dos EUA e da China, ontem durante debate.
O chinês ironizou sem parar. Por exemplo, ao ouvir que a China deveria consumir mais: "Os chineses poupam o gasto de hoje para o amanhã. Os americanos gastam hoje a poupança de amanhã". A sala inteira "veio abaixo em risos".

economist.com
"O DESCOLAMENTO NÃO É UM MITO"
A "Economist" segue com cobertura diária da crise, no site, e ontem focou a Ásia sob o título "Próxima parada?". Avalia que "o fato de os mercados asiáticos" também caírem "não quer dizer que vão seguir os EUA até o precipício". China e Índia não dependeriam mais, tanto assim, dos EUA. Contra a corrente, afirma até que "o descolamento não é um mito"


AS NOVAS SETE IRMÃS
Sob o título "China e Brasil seguem subindo para passar as multinacionais de petróleo", o "Financial Times" deu que as "companhias nacionais" dos dois países continuam "empurrando Exxon, Shell e Total para baixo no ranking PFC das maiores empresas de energia", que saiu ontem.
Longa análise do editor de energia do "FT" descreveu o "declínio" das americanas e européias e a "ascensão" das empresas dos Brics como "a história da energia no século 21". O "FT" já havia tratado as estatais emergentes como "as novas sete irmãs" do petróleo, em edição especial.

telegraph.co.uk
MAIS GORDAS
Às vésperas do Carnaval, o "Daily Telegraph" estampa foto de passista para ilustrar o texto "Belezas brasileiras estão ficando mais gordas, diz estudo". Elas "ainda estão abaixo" das britânicas, "mas o estudo arranha a imagem do Brasil como uma nação de modelos glamourosas"




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@ - Nelson de Sá



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