|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Presidente consegue 31% de ótimo/bom, sete pontos percentuais a mais do que no levantamento anterior
FHC tem melhor avaliação do 2º mandato
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Fernando Henrique Cardoso obtém na atual pesquisa Datafolha a melhor avaliação de seu segundo mandato.
Três anos e dois meses depois
de ter assumido a Presidência pela segunda vez, FHC é avaliado
por 31% dos entrevistados como
um governante ótimo ou bom,
uma elevação de sete pontos percentuais em relação ao último levantamento, realizado em dezembro do ano passado. É o
maior índice obtido pelo presidente desde o início de 1999.
Simultaneamente, o índice dos
que consideram ruim ou péssima
a gestão de FHC caiu para o patamar mais baixo do segundo mandato: 29% agora têm esta opinião,
contra 35% na pesquisa anterior.
O governo FHC é avaliado como regular por 38% dos entrevistados, praticamente o mesmo índice do levantamento anterior,
quando essa taxa alcançava 40%.
O presidente obtém sua melhor
avaliação na região Nordeste
(36% de aprovação), e a pior no
Sudeste (27%). FHC é mais bem
avaliado nas cidades do interior
(28%) do que nas capitais (25%).
A recuperação da popularidade
do presidente ocorre no momento em que o candidato de seu partido, José Serra, deixa o governo
para dedicar-se exclusivamente à
campanha presidencial.
O tucano, agora ex-ministro da
Saúde, deverá buscar equilibrar-se na campanha eleitoral entre a
defesa do atual governo e a crítica
a alguns pontos da política econômica. É provável que a melhora
na avaliação do presidente o ajude no esforço de subir nas pesquisas para tentar viabilizar a candidatura ao Palácio do Planalto.
A outra pré-candidata governista, Roseana Sarney (PFL), apesar
de menos identificada com FHC,
também pode se beneficiar da recuperação da popularidade do
presidente. Um outro efeito colateral deve ser o fortalecimento da
ala governista do PMDB, cuja cúpula tende a apoiar José Serra.
Descolamento
Os números da pesquisa permitem concluir que duas crises recentes, a da Argentina e a da segurança pública, não estão sendo associadas ao governo federal.
No caso das dificuldades enfrentadas pelo país vizinho, o governo temia que houvesse refluxo
na oferta de capitais para os mercados emergentes, o que poderia
provocar alta do dólar e pressões
inflacionárias. Na verdade, o Brasil se "descolou" da Argentina e o
dólar acabou baixando.
Na área da segurança pública, a
crise acabou sendo mais identificada com o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Apesar disso, a violência é
apontada por 21% dos entrevistados como o principal problema
do país, contra os 10% obtidos no
último levantamento. O desemprego continua liderando a lista
de preocupações, tendo sido citado por 32% dos entrevistados. A
saúde é citada como principal
problema por 10% dos eleitores, e
o complexo fome/miséria por 9%.
O presidente pode ter sido beneficiado pelo anúncio do fim do
racionamento de energia, feito no
último dia 19 -um dia antes do
início da pesquisa Datafolha, realizada nos dias 20 e 21 deste mês.
Em março de 2001, pouco antes
da crise de energia, a popularidade de FHC estava numa trajetória
ascendente: 26% de ótimo/bom e
30% de ruim/péssimo. Com a
ameaça do apagão, a taxa de aprovação caiu para 19%, e a de reprovação aumentou para 42%.
A nota média dada pelos entrevistados ao governo subiu de 4,9,
em dezembro, para 5,4 -a maior
de seu segundo mandato.
Apesar da elevação de sua popularidade, FHC ainda está distante dos índices obtidos durante
seu primeiro mandato. Ele iniciou
seu primeiro mandato com 39%
de ótimo ou bom e, em dezembro
de 1996, chegou a ter 47%.
Em setembro de 1998, um mês
antes da reeleição, ele tinha 43%
de aprovação. Três meses depois,
no final do primeiro mandato, esse índice caíra para 35%.
Candidatos
Em uma evidência da vinculação entre as imagens de FHC e
Serra, o presidente obtém sua melhor avaliação justamente entre os
eleitores declarados do candidato
tucano -51% consideram o governo federal ótimo ou bom.
Mas, curiosamente, vem dos
eleitores do governador Itamar
Franco (PMDB) a segunda melhor avaliação de FHC. Entre os
eleitores do governador de Minas
Gerais, desafeto do presidente e
alinhado com a oposição, 40%
consideram o governo ótimo ou
bom, enquanto apenas 18% o avaliam como ruim ou péssimo.
Dos eleitores da governadora
Roseana Sarney (PFL), 32% consideram a avaliação ótima ou boa.
Já entre os eleitores declarados de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o
índice é apenas de 23%.
(FÁBIO ZANINI)
Texto Anterior: No lugar de Lula, Suplicy atinge 8% e fica em 5º Próximo Texto: PSDB usa convenção para afastar "fantasmas" de Serra Índice
|