|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESCÂNDALO DO "MENSALÃO" /O MARQUETEIRO
Quatro integrantes da cúpula da comissão poderão ter acesso
a dados sobre movimentações financeiras em banco de Miami
CPI é autorizada pela Justiça americana a analisar conta de Duda
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Justiça americana autorizou
ontem a CPI dos Correios a ter
acesso a documentos relacionados a movimentações financeiras
do publicitário Duda Mendonça
nos Estados Unidos.
Conforme a decisão, poderão
trabalhar com as informações
protegidas por sigilo o presidente
da CPI, senador Delcídio Amaral
(PT-MS), o relator, Osmar Serraglio (PMDB-PR), e os relatores-adjuntos Eduardo Paes (PSDB-RJ) e Maurício Rands (PT-PE).
Também consta da decisão que
os parlamentares terão acesso aos
dados na sede do Departamento
de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional
(DRCI), órgão com sede em Brasília responsável por encaminhar
o pedido à Justiça americana.
O conjunto de documentos registra a movimentação da conta
Dusseldorf no BankBoston de
Miami. Trata-se de uma "offshore" cuja conta o publicitário alega
ter aberto por orientação de Marcos Valério, o que este nega. Teria
sido utilizada para receber R$ 10,5
milhões como pagamento por
serviços que Duda prestou ao PT.
O sigilo da Dusseldorf foi quebrado em outubro de 2005, a pedido do Ministério Público e da
Polícia Federal. Os dados chegaram ao Brasil em novembro, mas
com acesso restrito a esses dois
órgãos. Desde então, a CPI tenta,
por meio do DRCI, órgão do Ministério da Justiça, conseguir autorização da Justiça americana
para também poder trabalhar
com as informações das mais de
15 mil páginas de documentos.
A Dusseldorf foi alimentada por
pelo menos seis outras contas,
sendo três de empresas ligadas ao
Banco Rural, segundo o Ministério Público e a PF.
Da análise dos extratos surgiram informações, que constam
do segundo depoimento de Duda
à PF, de que a Dusseldorf transferiu US$ 1,13 milhão para três outras contas. Duas delas pertencem
às "offshores" Strongbox e Raspberry. Ambas têm sede nas Bahamas, no Caribe, como a Dusseldorf, e um mesmo número de caixa postal como referência.
Depoimento
Ontem, a PF ouviu em Brasília o
vice-presidente do Banco Rural,
José Roberto Salgado. O depoimento começou por volta de
14h30 e durou mais de sete horas.
Em depoimentos colhidos pela
PF em inquéritos que investigaram remessas ilegais de dinheiro
para fora do país, Salgado é apontado como o mentor de operações
financeiras montadas para esconder o verdadeiro dono das somas
movimentadas e também é investigado no inquérito que apura o
"mensalão". Ele deve ser indiciado por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. No depoimento,
negou o envolvimento da instituição no esquema, como já dissera
na CPI dos Correios.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Judiciário: Justiça atrasou 80% das ações em 2004, diz CNJ Índice
|