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Deputados de Alagoas contestam suspeitas de desvio de dinheiro
Parlamentar do PMN afirma que comprou carro com recursos dele; "mesmo quando não era deputado, sempre tive bens", diz
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
Deputados e ex-deputados
indiciados na Operação Taturana negaram a existência de
esquema de desvio de dinheiro
público na Assembléia Legislativa de Alagoas, mas não quiseram comentar os detalhes das
suspeitas levantadas pela PF.
O presidente da Assembléia,
Antônio Albuquerque (DEM),
disse que foi orientado por seus
advogados a "abrir mão da contra-argumentação" neste momento, pois não tinha conhecimento das acusações.
O deputado Nelito Gomes de
Barros Filho (PMN) disse que a
compra do Ford Fusion, que a
PF diz que foi feita com dinheiro da Assembléia, está sendo
paga com recursos próprios: "A
minha família é tradicional. Eu,
para comprar um Fusion, minha filha... É que você não me
conhece. Mesmo quando não
era deputado, sempre tive
bens", disse. Ele é filho do ex-governador (1997-1999) Manoel Gomes de Barros, preso
em flagrante na Operação Taturana (e liberado no mesmo
dia) por porte ilegal de armas.
O advogado Fábio Ferrário,
que defende o deputado Arthur
Lira (PMN), disse que a gravação na qual, segundo a PF, o deputado cobra do diretor de Recursos Humanos da Assembléia o pagamento para parentes, foi uma conversa normal
em que o deputado só tentava
resolver o problema de seus
funcionários comissionados
sediados em sua base eleitoral.
Ferrário também defende o
ex-deputado estadual Celso
Luís Brandão (PMN), que presidiu a Assembléia de 2003 a
2006. Ele diz que Brandão não
pode falar de eventuais fantasmas na folha de pagamento no
período em que presidiu a Casa
porque não cuidava dos assuntos administrativos. A PF diz
que Brandão teve empréstimos
pessoais pagos pela Assembléia, o que seu advogado nega.
Segundo Ferrário, cheques
nominais ao parlamentar podem ter sido transferências de
recursos entre as várias contas
correntes do Legislativo: "Não
existe nenhum cheque da Assembléia ao ex-deputado além
do que lhe era devido".
O ex-diretor de RH Roberto
Menezes declarou que só falará
após a conclusão do inquérito.
A reportagem não conseguiu
falar com o ex-deputado Gilberto Gonçalves (PMN) nem
localizou seu advogado. Uma
pessoa que presenciou o telefonema dele a Menezes disse que
o ex-deputado estava cobrando
o pagamento de salários atrasados e que ficou exaltado.
O deputado estadual Cícero
Amélio (PMN), primeiro-secretário da Mesa Diretora, disse que só comentará as suspeitas após o caso ser encaminhado à Justiça. "Fui indiciado sem
ao menos saber o porquê."
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