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SÃO PAULO
Governador quer mais compensações da União
Covas quer discutir Lei Kandir na sexta
CLÁUDIA TREVISAN
Porto Primavera
O governador de São Paulo,
Mário Covas (PSDB), afirmou
ontem que vai reivindicar a compensação integral das perdas que
os Estados tiveram com a Lei
Kandir na reunião entre os governadores e o presidente Fernando Henrique Cardoso, marcada para sexta-feira.
Covas afirmou que não é contra a Lei Kandir, que isentou do
ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços) as exportações de produtos agrícolas
e a compra de bens de capital.
Mas considera que a União não
cumpriu o compromisso de
compensar as perdas dos Estados, que têm no ICMS sua principal fonte de receita.
Ele afirmou que apresentará
"meia dúzia" de propostas na
reunião com FHC, mas se recusou a dar detalhes sobre elas. As
declarações foram feitas em Porto Primavera (SP) após a inauguração da usina Sérgio Motta.
O governador não fez críticas
diretas a seu colega mineiro, Itamar Franco (PMDB), que recusou o convite para comparecer à
reunião de sexta. Mas afirmou:
"É complicado dizer "eu só vou se
o presidente fizer isso'". Itamar
condicionou sua presença à suspensão, pela União, dos bloqueios de repasses de recursos a
Minas Gerais.
Para Covas, o presidente abriu
margem para o diálogo quando
decidiu realizar a reunião com os
governadores. Mas ressaltou que
cada governador tem liberdade
para decidir sobre sua participação no encontro. "Nós todos fomos eleitos pelo voto popular."
Situação ilógica
A divisão entre governadores
de oposição e de situação também é considerada ilógica por
Covas. Para ele, oposição existe
nas Assembléias Legislativas e no
Congresso, mas não na relação
entre governadores e o presidente, que tem caráter institucional.
O governador afirmou ainda
que a discussão entre governadores e o presidente não pode partir
do pressuposto de que o acordo
de negociação das dívidas foi
prejudicial aos Estados. Em sua
opinião, o que ocorreu foi exatamente o contrário.
Mas, para ele, o fato de a negociação ter sido positiva não impede a rediscussão de determinados acordos devido a circunstâncias que dificultem o pagamento
da dívida. Segundo ele, os contratos dos Estados são independentes e eventuais mudanças podem ser feitas individualmente.
Covas voltou a criticar as altas
taxas de juros que teriam provocado queda de arrecadação de R$
720 milhões em São Paulo nos últimos quatro meses. Para ele, é
possível iniciar já um processo
gradual de redução das taxas.
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