LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo ofereceu ontem aos grevistas da Polícia Federal um aumento de 10% sobre os salários e a discussão de um projeto de lei para a reestruturação da carreira. Os grevistas, insatisfeitos com a proposta, prometeram aumentar o rigor da "operação padrão", que tem causado filas nos aeroportos.
O Ministério da Justiça também afirmou que encaminhará suplementação de pessoal para substituir os agentes que controlam os embarques e desembarques. Serão enviados delegados ou pessoal administrativo da Polícia Federal, que não estão paralisados.
A volta da "operação padrão" foi decidida ontem em assembléia pela categoria. A medida havia sido suspensa há uma semana, quando os grevistas anunciaram um "refresco" do movimento.
A greve começou há 15 dias e ontem foi o primeiro encontro oficial entre governo e movimento. Desde a última semana, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) vem sendo o interlocutor entre os dois lados.
Na noite de anteontem, os grevistas foram chamados para uma negociação, mas, quando chegaram ao Ministério da Justiça, foram informados pelo governo de que a proposta preparada pelos técnicos da Fazenda, do Planejamento e da Justiça ainda não tinha recebido o "ok" dos ministros. O comando de greve voltou sem nenhuma proposta para a assembléia da categoria.
A autorização do plano somente foi concedida no início da tarde de ontem. Ao meio dia, os sindicalistas já haviam determinado a volta da "operação padrão".
Agentes, papiloscopistas e escrivães dizem que o governo desrespeita uma lei de 96, pois têm salários de ensino médio, mas é exigido que tenham nível superior.
A retomada da "operação padrão" gerou atrasos de uma hora nos vôos internacionais do Aeroporto de Cumbica (SP). A fila para o embarque chegou a ter 750 pessoas. Os grevistas planejavam implantar a "operação padrão" também no Aeroporto de Congonhas, o que não ocorreu.