São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2006

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JOGO DAS ALIANÇAS

Geraldo Alckmin diz que verticalização pode provocar redução de postulantes a presidente

Para Lula, negociação com PMDB continua

Ayrton Vignola/Folha Imagem
O tucano Geraldo Alckmin almoça em restaurante popular inaugurado ontem pelo governador na zona leste de São Paulo


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que a decisão do Supremo Tribunal Federal que mantém a regra da verticalização nas eleições deste ano não vai atrapalhar a negociação para que o PMDB apóie sua candidatura à reeleição.
A verticalização impede que os partidos façam nos Estados alianças com siglas que são suas adversárias no plano federal. Para que se alie a Lula na disputa pela Presidência, o PMDB teria de abrir mão de todas as coligações estaduais com partidos que têm candidato próprio ao Planalto, como o PSDB. Assim, a regra dificulta acordo, pois, se não tiver nome próprio nem aliado para disputar a Presidência, o partido fica livre para fazer alianças nos Estados.
Questionado ontem na saída de um almoço se a decisão do STF atrapalha o acordo com o PMDB, Lula disse: "Não". E por quê? "Porque não", respondeu, antes de entrar em seu carro.
No dia 11, em Viña del Mar, no Chile, Lula disse que iria "trabalhar" para ter o apoio do PMDB nas eleições e deixou subentendido que, ainda que não consiga uma coligação formal com o partido, espera contar com sua adesão na prática.
O governador e pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, avaliou ontem, no Rio, que a decisão pode provocar a redução do número de postulantes a presidente. "Se reduzir, vamos ter uma eleição mais plebiscitária e vamos ganhar no primeiro turno."
O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, concorda que a manutenção da verticalização deve diminuir o número de candidatos. "Tomada a decisão do Supremo, muitos partidos vão preferir não entrar em coligações nacionais para ter a liberdade estadual. Eu diria que, com isso, essa eleição é eventualmente a ponte para uma eleição de um turno só."
"Deve polarizar entre o presidente Lula e o candidato do PSDB, o governador Geraldo Alckmin", disse Wagner.


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