São Paulo, sábado, 24 de março de 2007

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Sem apoio de ruralistas, Stephanes assume e evita falar de transgênicos

Evento no Planalto não teve a presença das principais lideranças do setor no Congresso

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo ministro da Agricultura, o peemedebista Reinhold Stephanes (PR), assumiu ontem sem o apoio das principais lideranças da bancada ruralista no Congresso e de representantes de entidades do setor, que não compareceram à cerimônia de posse no Palácio do Planalto. O novo ministro minimizou o problema. Também no evento evitou se posicionar sobre o plantio de transgênicos.
"Isso já passou. E não foi toda a bancada ruralista [que se opôs à nomeação], foram alguns membros, que tinham suas razões." Stephanes disse jantará hoje com o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), um dos maiores plantadores de soja do país. O ministro disse que sua intenção é dialogar.
Os deputados ligados à bancada ruralista tentaram trocar a indicação de Stephanes pela do deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR). A mudança era defendida também pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e por Maggi.
"Minha recomendação é manter entendimentos com todas as áreas, sem esquecer essa recomendação do presidente, que é extremamente importante", disse Stephanes.
O novo ministro se referiu a uma menção que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez no discurso de posse. Quando falou, o presidente mandou um recado aos deputados da bancada ruralista. Afirmou que Stephanes não deve "permitir que o ministério atenda apenas àqueles que gritam mais, porque milhões de agricultores neste país, que não podem vir a Brasília ou que não estão na Câmara, não podem nem gritar".

Transgênicos
Stephanes evitou tomar posição sobre o plantio de transgênicos. "O ministro não pode ter posição própria, nem deve ter posição regional. Tem que cumprir a legislação, as decisões das instituições designadas para isso [CTNBio, Comissão Técnica Nacional de Biossegurança] e a política do governo em relação ao assunto."
O ministro é ligado ao governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), que critica a cultura de transgênicos.
Ele afirmou ainda que o Brasil tem hoje os custos de produção mais baixos para álcool e que a produtividade aumentou quase três vezes nos últimos 15 anos -mas se disse preocupado com questões ambientais.


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