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Sem apoio de ruralistas, Stephanes assume e evita falar de transgênicos
Evento no Planalto não teve a presença das principais lideranças do setor no Congresso
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo ministro da Agricultura, o peemedebista Reinhold
Stephanes (PR), assumiu ontem sem o apoio das principais
lideranças da bancada ruralista
no Congresso e de representantes de entidades do setor,
que não compareceram à cerimônia de posse no Palácio do
Planalto. O novo ministro minimizou o problema. Também
no evento evitou se posicionar
sobre o plantio de transgênicos.
"Isso já passou. E não foi toda
a bancada ruralista [que se opôs
à nomeação], foram alguns
membros, que tinham suas razões." Stephanes disse jantará
hoje com o governador de Mato
Grosso, Blairo Maggi (PR), um
dos maiores plantadores de soja do país. O ministro disse que
sua intenção é dialogar.
Os deputados ligados à bancada ruralista tentaram trocar
a indicação de Stephanes pela
do deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR). A mudança era
defendida também pelo ex-ministro da Agricultura Roberto
Rodrigues e por Maggi.
"Minha recomendação é
manter entendimentos com todas as áreas, sem esquecer essa
recomendação do presidente,
que é extremamente importante", disse Stephanes.
O novo ministro se referiu a
uma menção que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva fez no
discurso de posse. Quando falou, o presidente mandou um
recado aos deputados da bancada ruralista. Afirmou que
Stephanes não deve "permitir
que o ministério atenda apenas
àqueles que gritam mais, porque milhões de agricultores
neste país, que não podem vir a
Brasília ou que não estão na Câmara, não podem nem gritar".
Transgênicos
Stephanes evitou tomar posição sobre o plantio de transgênicos. "O ministro não pode ter
posição própria, nem deve ter
posição regional. Tem que
cumprir a legislação, as decisões das instituições designadas para isso [CTNBio, Comissão Técnica Nacional de Biossegurança] e a política do governo em relação ao assunto."
O ministro é ligado ao governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), que critica a
cultura de transgênicos.
Ele afirmou ainda que o Brasil tem hoje os custos de produção mais baixos para álcool e
que a produtividade aumentou
quase três vezes nos últimos 15
anos -mas se disse preocupado com questões ambientais.
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