Roberto Gurgel pediu ainda que Arruda permaneça preso e seja ouvido logo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Procuradoria-Geral da República pediu ontem à Justiça que a Polícia Federal acelere as investigações sobre o mensalão do DEM. O temor é que os investigados destruam provas.
O procurador-geral, Roberto Gurgel, quer que a PF termine a análise do sigilo bancário de 14 envolvidos no caso em dez dias. Ele cobra também que o comando da corporação entregue em 15 dias um relatório parcial sobre a avaliação de todas as evidências colhidas.
"É preciso dar mais celeridade à investigação para evitar o desaparecimento de vestígios dos crimes", escreveu Gurgel na petição encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça.
A Procuradoria pediu ainda que seja ouvido imediatamente o governador cassado José Roberto Arruda, preso há quase dois meses na Polícia Federal por tentativa de suborno a uma testemunha do mensalão.
Ontem, Roberto Gurgel disse mais uma vez que Arruda representa uma ameaça às investigações do mensalão e deve continuar preso.
Além do depoimento de Arruda, o procurador-geral quer ouvir o ex-vice-governador Paulo Octávio (sem-partido), acusado de se beneficiar do esquema, e do delator do mensalão Durval Barbosa, em três dias. Os prazos só começam a valer após a autorização do Superior Tribunal de Justiça.
Ontem, o STJ determinou que uma junta médica analisasse o estado de saúde de Arruda. A ideia é criar um laudo médico definitivo para fundamentar a decisão do tribunal acerca da prisão do governador cassado. A defesa de Arruda diz que o estado de saúde do governador é preocupante, enquanto a PF afirma o contrário.
Já o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, disse que pretende levar a julgamento o pedido de intervenção federal no Distrito Federal até 23 de abril.
(FILIPE COUTINHO)

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