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QUESTÃO AGRÁRIA
Superintendente do Incra teme que reintegração cause confrontos
Despejo de famílias do MST pode provocar conflitos em PE
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
O superintendente do Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Pernambuco, Rosevelt Gonçalves,
teme que a onda de invasões de
terra, promovida no último final
de semana pelo MST, no Estado,
resulte em confrontos.
"Os proprietários vão buscar
na Justiça a reintegração de suas
áreas e, se houver despejo, pode
haver reação dos sem-terra", declarou. "Minha preocupação é
com a possibilidade de conflito."
Segundo o MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra), 41 propriedades rurais
foram invadidas no fim-de-semana passado, em Pernambuco.
O MST afirma que 3.313 famílias participaram do acontecimento. O Incra, baseado em estudo preliminar, contesta.
Dessas fazendas que teriam sido invadidas, 30 nunca haviam
sido alvo dos sem-terra. Das 11
restantes os lavradores já teriam
sido expulsos anteriormente.
É o caso da fazenda Serraria, de
1.200 hectares, localizada em Caruaru, Agreste do Estado. A área,
visitada anteontem pela Agência
Folha, foi novamente invadida
domingo por cerca de 50 pessoas, segundo contou a reportagem. Elas haviam sido despejadas três dias antes. O
MST afirma que há 159 famílias no local.
"Se vier capanga, a gente resiste", afirmou um dos coordenadores do acampamento, Benjamin José da Silva. Ele negou que
o grupo estivesse armado.
Rosevelt Gonçalves afirmou
que as propriedades invadidas
não serão vistoriadas e que o
MST "vive fora da realidade".
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