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REELEIÇÃO
Deputado que teria se comprometido a assinar pedido diz sofrer pressões; líder do governo defende Cameli
Acre precisa de mais 1 nome para ter CPI
PATRICIA ZORZAN
da Reportagem Local
Partidos de
oposição na Assembléia Legislativa do Acre
conseguiram 7
das 8 assinaturas necessárias
para a instalação
de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigue o
envolvimento do governador Orleir Cameli (sem partido) no episódio da compra de votos a favor da
reeleição.
Cameli é acusado pelo ex-deputado Ronivon Santiago (sem partido-AC), em conversa gravada, de
dar dinheiro a parlamentares para
aprovar a emenda.
"Temos sete nomes, e o Sérgio
de Oliveira (PMN) garantiu que
assinaria na terça-feira, quando
serão retomadas as sessões", declarou o deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), autor do requerimento que pede a abertura da comissão.
Para que a CPI seja imediatamente instalada são necessárias as
assinaturas de 8 dos 24 deputados
da Casa no documento.
Pressão
Procurado pela Folha, Oliveira
negou ter assumido o compromisso de aderir ao pedido.
"Você está sabendo demais. Tenho de acompanhar a decisão do
PMN. O partido está pressionando, não posso tomar uma decisão
precipitada", disse.
Segundo o deputado, o PMN se
reuniria no final da tarde de ontem
para decidir a respeito do assunto.
"Além disso, por que eu iria assinar o requerimento se não há
CPI?", perguntou, depois de afirmar que alguns deputados já teriam retirado seus nomes da lista.
"A situação é muito difícil aqui.
Pessoas assinam pela manhã e retiram seus nomes à noite."
Membros do governo iniciaram
uma operação para tentar impedir
que a oposição consiga a última assinatura.
"O Luiz Garcia (PPB, líder do
governo) me disse que não íamos
passar das sete", afirmou Magalhães. "Mas os nomes que tínhamos ainda estão aqui."
Angu
Garcia criticou a instauração da
CPI, mas não descartou a hipótese
de que ela seja constituída.
"Por que o Congresso não faz
uma CPI para o ministro (das Comunicações, Sérgio Motta) e até
para o presidente? Não precisamos
de CPI no Acre. É como se diz: onde se faz o angu, come-se. Estão
tentando passar o angu para nós."
O ministro é citado nas gravações como um dos envolvidos no
esquema de compra de votos.
O líder do governo disse ainda
que acredita na inocência do governador Cameli. "Coloco a mão
no fogo por ele. Sua inocência pode ser provada por seus atos."
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, encaminhou anteontem ao STJ (Superior
Tribunal de Justiça) denúncia contra Cameli, por dispensa ilegal de
licitação para obras do Hospital de
Base e do pronto-socorro de Rio
Branco, em 1995.
A denúncia pede a cassação dos
mandatos do governador e do deputado estadual licenciado José
Raimundo Bestene, atual secretário de Saúde do Acre. Cameli responde a mais cinco inquéritos no
mesmo tribunal sob a acusação de
praticar crimes de falsidade ideológica, peculato e contrabando.
Nomes
Os deputados que já assinaram o
requerimento são: Edvaldo Magalhães (PC do B), Ronaldo Ribeiro
(PT), Nilson Mourão (PT), João
Correia (PMDB), Vagner Sales
(PMDB), Marcio Bittar (PMDB) e
Hamilton Rocha (PFL).
Colaborou Abnor Gondim, da Sucursal de Brasília
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