São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2006

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Tarso acha que crise política chegou ao fim, mas não foi ruim para o país

LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na reta final da CPI dos Bingos, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse ontem que a crise política "está se esgotando" e que ela não foi ruim para o país. Para ele, o debate eleitoral pode ser de "alto nível", ao contrário da sinalização de que PT e PSDB tendem a radicalizar na campanha.
A avaliação foi feita após reunião com o senador Jefferson Péres (PDT-AM) no Senado para tratar de temas conjunturais a serem desenvolvidos a longo prazo. "Acho que a crise política está se esgotando. Se vê pelo tipo de abordagem que a imprensa vem fazendo. A crise não foi ruim para o país", disse Tarso Genro, ao ser questionado sobre a sinalização de discursos duros na campanha. Ontem, durante evento em Tocantins, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso duro contra a oposição.
Na avaliação do ministro, houve "duros exageros" da oposição e "erros do governo e do partido" desde o início da crise política, em maio do ano passado. "Mas o proveito que devemos tirar é promover a solidez das instituições democráticas."

Prestígio de Lula
Para Tarso Genro, o prestígio do presidente Lula também não foi abalado. Segundo ele, a maioria da oposição quer um debate mais qualificado dos problemas nacionais durante as eleições. "Confio que a oposição e o governo podem criar um clima eleitoral de alto nível e discutir fundamentos de concertação para um novo tipo de governabilidade no próximo período. [...] Penso que podemos produzir um ambiente eleitoral sadio", declarou.
O ministro afirmou que buscará discutir com vários setores -oposição e governo- temas globais que podem dar sustentabilidade e governabilidade ao próximo presidente, independentemente do partido que vencer as eleições de outubro.
"Nós, por exemplo, estamos impressionados com a crise de segurança pública em São Paulo. Isso não é problema do PSDB, do PL, do PT, do PFL. É questão de democracia, das instituições de Estado de direito", completou.
Já o senador Jefferson Péres diz que é preciso buscar um consenso para tentar aprovar no próximo mandato reformas necessárias ao país. Pretende propor, após as eleições, o parlamentarismo a partir de 2011.
"Assim a população entenderia que é preciso eleger bons parlamentares", afirmou Péres.


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