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Tarso acha que crise política chegou ao fim, mas não foi ruim para o país
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na reta final da CPI dos Bingos, o ministro Tarso Genro
(Relações Institucionais) disse
ontem que a crise política "está
se esgotando" e que ela não foi
ruim para o país. Para ele, o debate eleitoral pode ser de "alto
nível", ao contrário da sinalização de que PT e PSDB tendem a
radicalizar na campanha.
A avaliação foi feita após reunião com o senador Jefferson
Péres (PDT-AM) no Senado
para tratar de temas conjunturais a serem desenvolvidos a
longo prazo. "Acho que a crise
política está se esgotando. Se vê
pelo tipo de abordagem que a
imprensa vem fazendo. A crise
não foi ruim para o país", disse
Tarso Genro, ao ser questionado sobre a sinalização de discursos duros na campanha. Ontem, durante evento em Tocantins, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva fez um discurso
duro contra a oposição.
Na avaliação do ministro,
houve "duros exageros" da oposição e "erros do governo e do
partido" desde o início da crise
política, em maio do ano passado. "Mas o proveito que devemos tirar é promover a solidez
das instituições democráticas."
Prestígio de Lula
Para Tarso Genro, o prestígio
do presidente Lula também
não foi abalado. Segundo ele, a
maioria da oposição quer um
debate mais qualificado dos
problemas nacionais durante
as eleições. "Confio que a oposição e o governo podem criar
um clima eleitoral de alto nível
e discutir fundamentos de concertação para um novo tipo de
governabilidade no próximo
período. [...] Penso que podemos produzir um ambiente
eleitoral sadio", declarou.
O ministro afirmou que buscará discutir com vários setores
-oposição e governo- temas
globais que podem dar sustentabilidade e governabilidade ao
próximo presidente, independentemente do partido que
vencer as eleições de outubro.
"Nós, por exemplo, estamos
impressionados com a crise de
segurança pública em São Paulo. Isso não é problema do
PSDB, do PL, do PT, do PFL. É
questão de democracia, das instituições de Estado de direito",
completou.
Já o senador Jefferson Péres
diz que é preciso buscar um
consenso para tentar aprovar
no próximo mandato reformas
necessárias ao país. Pretende
propor, após as eleições, o parlamentarismo a partir de 2011.
"Assim a população entenderia que é preciso eleger bons
parlamentares", afirmou Péres.
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