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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Cada um na sua
Enquanto exige apoio do PT nos Estados como pré-requisito para se comprometer com a candidatura
presidencial de Dilma Rousseff, a parcela do PMDB
hoje mais próxima do governo não dá o menor sinal
de que pretenda incomodar os correligionários inclinados a caminhar com o PSDB em 2010.
Num encontro dias atrás em Brasília, um cardeal do
PMDB pró-Dilma tranquilizou um expoente do
PMDB serrista: não haverá, assegurou o primeiro, nenhuma tentativa de amarrar o partido inteiro no barco da candidata de Lula. Cada Estado terá liberdade
para fechar o acordo que lhe parecer mais conveniente. É o caminho para tornar tudo mais simples para o
PMDB no dia seguinte, seja quem for o eleito.
Quinhão. Em recente reunião de peemedebistas, o ministro Geddel Vieira Lima
(Integração Nacional) disse
que estará ao lado de Dilma
em 2010, desde que o PT baiano respeite seu espaço na eleição. Leia-se: o partido deve
abortar as pretensões do deputado Walter Pinheiro e especialmente do presidente da
Petrobras, José Sérgio Gabrielli, de disputar o Senado.
Até agora. Do líder da bancada peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves
(RN), negando que seu partido esteja dando corda à imorredoura conversa do terceiro
mandato: "O PMDB só dará
um passo nesse sentido com o
aval do presidente Lula. E ele
até agora tem dito muito claramente que não quer".
Aí não. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, deve se manifestar em breve contra qualquer tese que leve à prorrogação dos atuais mandatos. O
ministro tem lembrado que,
quando foi advogado-geral da
União, no governo FHC, se
opôs à simples mudança de
dia da posse presidencial, pois
isso representaria quebra de
princípio constitucional.
Poeira 1. A mais recente
pesquisa tirada do forno por
aliados de Geraldo Alckmin
mostra o ex-governador e
atual secretário de Desenvolvimento com 43% de intenção de voto para o Palácio dos
Bandeirantes. O nome do PT
mais bem colocado no levantamento é o da ex-prefeita
Marta Suplicy, com 13%.
Poeira 2. Tão ou mais do
que os 43%, os alckmistas se
alegram em mostrar o 1% obtido na mesma pesquisa pelo
chefe da Casa Civil do governo Serra, Aloysio Nunes Ferreira, outro pré-candidato tucano à sucessão estadual.
Cavalo de Tróia. Estão
na Câmara, e não no Senado,
os peemedebistas que cobiçam a diretoria de Exploração
da Petrobras. São os mesmos
que já lançaram ofensiva sobre o fundo de pensão de Furnas. A CPI é o pretexto da vez.
Arrasta pé. Historicamente ligado ao setor energético,
José Carlos Aleluia (DEM-BA) recomenda que a CPI não
se perca nos patrocínios culturais da Petrobras. "Se for
por aí", diz o deputado, "vai virar a CPI do Forró".
Duto 1. O leque de contratos da Petrobras que poderá
entrar na mira da CPI inclui
patrocínio a modalidades esportivas, pagamentos a clubes
e contratação de escritórios
de advocacia e consultoria.
Quase tudo sem licitação.
Duto 2. Outro canal visado
pela CPI são os repasses da
Petrobras para fundações ligadas a universidades, que
frequentaram o noticiário
quando escândalos atingiram
reitores em Brasília e São
Paulo. Nos últimos quatro
anos, a estatal injetou cerca de
R$ 210 milhões em universidades e suas fundações.
PACderme. A inauguração
do Trem do Pantanal teve festa e convidados ilustres, como
o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, mas isso não impediu Lula de desabafar com
aliados ao final da viagem:
"Que trem lerdo e quente!"
Tiroteio
"São eles quem privatizam a Petrobras
na surdina, um pouco todos os
dias, contrato por contrato."
De EDUARDO GRAEFF, secretário-geral da Presidência no governo FHC,
sobre o discurso petista de que por trás do empenho do PSDB para ver
instalada a CPI da Petrobras estaria o desejo de, no futuro, privatizá-la.
Contraponto
C'est moi
Ministro do Planejamento de Castello Branco, Roberto
Campos seguiu orientação do presidente e foi conversar
com o marechal Costa e Silva, então ministro da Guerra,
sobre os capítulos econômicos da Constituição de 1967.
Campos, conforme narrado na recém-lançada biografia
do advogado José Luiz Bulhões Pedreira, aproveitou o encontro para sugerir que Costa e Silva colocasse fim às especulações sobre a substituição do presidente do Banco
Central. Defendeu mandato fixo para o cargo, sob o argumento de que isso daria estabilidade à política monetária.
-O Banco Central é o guardião da moeda!- pregou.
Costa e Silva ouviu, mas já tinha a resposta engatilhada:
-O guardião da moeda sou eu.
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