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VÍTIMAS DA SECA
"Trabalho
com grades"
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Aliança (PE)
O empresário Almir Tavares
Pessoa, 54, está no comércio
varejista desde o final da década de 60 e, só depois que seu
supermercado foi saqueado no
dia 5 de maio, em Aliança (PE),
ele investiu R$ 2.000 na colocação de uma grade para proteger o estabelecimento.
"As grades ficam enquanto o governo não der segurança. Até este dia, vou trabalhar
preso. Só abro a grade depois
de ver a cara do cliente." O Vida Nova tem faturamento
mensal de R$ 40 mil. Ele disse
que levará cerca de dez meses
para se reorganizar.
O saque organizado pelo
MST foi encarado pela polícia
como assalto a mão armada e
deu um prejuízo de R$ 10 mil.
Ele disse que só lhe resta barganhar com fornecedores para
tentar negociar o prejuízo.
"Meus fornecedores me conhecem e terão que ter paciência comigo e ver a situação."
"Eles chegaram com porretes e foices afiadas. Não reagi. Levaram bacalhau, carne-de-sol, uísque, perfume, lataria, arroz, feijão e macarrão.
Peixe barato, não querem."
Tavares disse que não vai
processar o governo pelo saque. "Não vai resolver. Vou
gastar com o advogado e receber depois de muitos anos."
Colaborou
FABIANA PEREIRA
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