LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA SUCURSAL DO RIO

"Noiva" da eleição do Rio de Janeiro, a deputada federal Jandira Feghali, do PC do B, resolveu definir só no último minuto se sobe ao altar com um dos dois partidos que a cortejam -PT ou PDT- ou se lança sua própria candidatura à prefeitura. Se houver uma coligação, o "noivo" escolhido receberá de "dote" os 80 segundos diários a que o PC do B tem direito no horário eleitoral gratuito.
A corte vem se arrastando, mas já tem data para terminar. Amanhã, o PC do B faz sua convenção e decide que rumo vai seguir: se sobe ao altar -e com quem- ou se continua solteiro.
Ontem, ela se reuniu com o candidato do PDT, Leonel Brizola, mas nada foi decidido. "Foi uma boa conversa, com uma troca de idéias e uma análise do quadro. Mas não houve nada de concreto", disse Jandira.
Até agora, Jandira, que está no terceiro mandato na Câmara dos Deputados, insiste na candidatura própria. Por enquanto, a pré-candidata resiste às pressões externas e desconversa sobre o enlace com Brizola ou com Benedita da Silva, do PT.
"A noiva está muito tranquila", afirma Jandira, 43, que, na vida pessoal, é casada. Eleita com 105 mil votos na última eleição para a Câmara de Deputados, em 1998, Jandira é a principal estrela do PC do B no Rio, ao qual se filiou ainda na clandestinidade, em 1981.
Ela começou sua militância na faculdade. Formou-se em 1979. Hoje, admira homeopatia, acupuntura e fitoterapia -práticas que ela se recusa a chamar de "medicina alternativa."
O PC do B apoiou o PT nas três vezes em que Luiz Inácio Lula da Silva disputou a Presidência, em 1989, 1994 e 1998. Também "ficou" com o PDT. Em 1990, na campanha de Leonel Brizola ao governo do Estado do Rio, e em 1998, na de Anthony Garotinho.
Talvez por conhecer tão bem os galanteios dos admiradores é que Jandira faz "jogo duro", mas não os desencoraja. "Temos a preocupação de evitar dois caras de direita no segundo turno", referindo-se a Cesar Maia (PTB) e a Luiz Paulo Conde (PFL).


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