São Paulo, segunda-feira, 24 de junho de 2002

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PAINEL

Palanques estaduais
O PT quer usar a aliança com o PL para obter votos do eleitorado conservador e tentar vencer a eleição no primeiro turno. Os petistas incentivarão alianças do PL nos Estados com lideranças políticas do PFL, PMDB e PPB.

Acordos formalizados
Há quatro alianças com o PL que dão ao PT palanques de direita. Em SP, Lula-Maluf. Na Bahia, Lula-ACM. Em Brasília, Lula para presidente e Roriz (PMDB), governador. No MA, divide o palanque com Roseana.

Torcida organizada
O deputado Bispo Rodrigues (RJ) espalhava na convenção do PL, ontem, que seu aliado Anthony Garotinho (PSB) desistirá da candidatura à Presidência ainda nesta semana. O PT torce para que o dirigente da Igreja Universal esteja correto.

Agenda suspensa
Garotinho cancelou todos os eventos da campanha desde quinta-feira, quando o PL confirmou a aliança com Lula.

Opção preferencial
Se Garotinho desistir, o PT apoiará candidatos a governador do PSB em sete Estados. E poderá apoiá-lo, se concorrer ao Senado pelo Rio de Janeiro.

Quem acompanha
Geraldo Alckmin avisou ao PSDB que quer Walter Feldmann, presidente da Assembléia, como vice em sua chapa.

Vestir a camisa
O PL e o PT querem que José Alencar destine ao comitê presidencial os cerca de R$ 2 milhões que o PSDB deve pelas camisetas adquiridas da indústria de Alencar na campanha de reeleição de FHC. O vice de Lula diz que a dívida é de R$ 3 milhões.

Sem retaliar
De olho no segundo turno, a cúpula do PT orientou o partido a não responder a ataques de Garotinho e Ciro Gomes.

Na esteira
O advogado Bension Coslovsky pediu ao Tribunal Superior Eleitoral apuração pela Polícia Federal do caso de Santo André. Ex-advogado de Maluf, já foi autor de ações contra Luiza Erundina e Orestes Quércia.

De mestre
Acusado de achacar empresários de ônibus, o ex-secretário Klinger de Oliveira fez dissertação de mestrado na FGV-SP sobre o Estado e o transporte coletivo urbano em Santo André.

Fortes laços
O termo de declarações de João Francisco Daniel ao Ministério Público diz que o médico "privou da amizade pessoal com o falecido prefeito Celso Daniel". Não o cita como irmão.

Lista tríplice
FHC escolherá nova desembargadora do TRF-SP entre as procuradoras da República Elizabeth Peinado, Alice Kanaã e Consuelo Yoshida. Mais votada, Elizabeth teve 19 dos 20 votos.

Ato falho ou ironia
Nas alegações finais no caso do TRT-SP, o Ministério Público Federal afirma que o juiz Nicolau dos Santos Neto "jogou o dinheiro dos contribuintes ao léo (sic)". "Leo Green" é o apelido de uma das contas do senador cassado Luiz Estevão de Oliveira no Delta Bank, em Miami.

Pelo sim, pelo não
Faixa em Brasília da corrente petista O Trabalho: "Não ao FMI. Não ao PL. Sim a Lula".

Questão de fé
O PT lançou na convenção do PL o jingle da campanha, de Duda Mendonça: "É só você querer que amanhã assim será. Bote fé e diga Lula e Zé Alencar".

Em memória
Na "Carta ao povo brasileiro", o PT conclui que "o Brasil é bem maior do que todas as crises". O governo do tucano Franco Montoro usava o bordão "São Paulo é maior do que a crise".

TIROTEIO

Do candidato do PSTU à Presidência, Zé Maria, sobre a aliança PT-PL:
- Estamos assistindo à morte de um sonho, que nasceu em 1980 com a fundação do PT. Hoje é o Lula moderno, abraçado a um grande empresário [José de Alencar] e a um velho pelego [Luiz Antônio Medeiros".

CONTRAPONTO

Pesquisa de imagem

Uma das histórias que o pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, mais gosta de contar, quando está em rodas de amigos, ocorreu num restaurante português, em São Paulo.
Lula, acompanhado de assessores, chegou para jantar e logo foi reconhecido por um dos clientes, eleitor do PT.
O homem estava acompanhado de seu filho, de uns dez anos de idade. Levantou-se de sua mesa, aproximou-se de Lula e, apontando para o líder do PT, perguntou ao filho:
- Está vendo, filho, quem está aqui? Esse grande brasileiro! Não o reconhece, meu filho?
O garoto ficou em silêncio.
O homem não desistiu:
- Não está vendo, filho, quem está aqui? Olha só, não reconhece?
O menino, por fim, arriscou:
- Tá bom, pai. É o Zé do Caixão?



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