|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUMO ÀS ELEIÇÕES
Na convenção que oficializou sua candidatura, pepebista criticou tucanos e discursou sobre segurança pública
Candidato, Maluf poupa PT e ataca Alckmin
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Paulo Maluf aproveitou ontem a
convenção estadual do PPB para
exercitar suas três especialidades
favoritas: criticar os quase oito
anos de governo tucano, prometer segurança e emprego e relembrar sua passagem pelo governo
de São Paulo (79-82).
Como parte de sua estratégia de
campanha, o pepebista não só
poupou o PT de suas críticas como ensaiou uma defesa para as
denúncias de suposta cobrança
de propina que envolve a prefeitura petista de Santo André. "Para
absolver ou condenar, é preciso
ter provas, evidências e investigações. Não condeno a priori."
Pressionado a se posicionar sobre um possível esquema de caixa
dois para campanhas petistas,
Maluf foi solidário: "Pode até ser
que aconteça em diversas administrações, e até nas minhas, que
um regional faça alguma coisa irregular. Mas e o governo tucano,
por que ninguém investiga?",
questionou o ex-prefeito.
Seu posicionamento faz parte
de um "acordo de cavalheiros"
entre os partidos: Maluf não bate
no presidenciável petista, Luiz
Inácio Lula da Silva, e, em contrapartida, evita a formação de uma
ampla frente de oposição à sua
candidatura.
"Eu não tenho nenhum preconceito. Pessoalmente, eu nunca
ataquei Lula. Ataquei sim uma
facção do PT que é favorável à invasão de terras e ao grevismo selvagem", afirmou Maluf, que tantas vezes, em eleições passadas,
referiu-se ao PT como o "partido
da baderna".
Mas, no evento de ontem, o
acordo entre partidos foi cumprido à risca. Durante a convenção
que oficializou a candidatura pepebista, as críticas foram dirigidas
a seu principal opositor, o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
"Quem foi incompetente por oito
anos, não merece mais quatro",
afirmou um entusiasmado Maluf
a uma platéia de cerca de 12 mil
pessoas, segundo organizadores
do evento e a Polícia Militar.
Alianças
Os 598 convencionais com direito a voto homologaram também a candidatura do deputado
federal Cunha Bueno para a vaga
ao Senado e delegaram à Executiva o poder de fazer coligações.
Isso confere ao partido tempo e
autonomia para negociar composições políticas com outros partidos, sem a necessidade de convocar uma nova convenção.
O PPB fechou no Estado uma
aliança com o PL -que nacionalmente dará palanque a Lula-,
mas aguarda a convenção do aliado, na quinta-feira, para oficializar o apoio. A vaga de vice na chapa com Maluf ainda não foi definida, mas, segundo lideranças do
partido, deverá ser ocupada por
um pepebista.
"Não posso falar pelo PL. Mas o
deputado federal Luiz Antônio de
Medeiros me informou que irá fazer a proposta de coligação conosco na convenção [de quinta-feira"", disse Maluf.
Líderes do PL informaram à Folha que a aliança já foi aprovada
informalmente pela legenda. O
partido procura em Maluf um
"puxador de votos" para seus
candidatos paulistas a deputado
federal e estadual.
Segurança
Durante os 15 minutos em que
discursou de braços abertos, Maluf aproveitou para contrapor
seus programas de governo ao
que ele considera ser as deficiências do governador Geraldo Alckmin. Falou de educação, emprego, saúde pública, incentivo às
empresas e pedágios.
O tema central, no entanto, foi
segurança pública. O pepebista
defendeu o fim da "regalia dos
presos" e repetiu várias vezes seu
bordão: Rota na rua.
"A partir do dia 1º de janeiro
[quando toma posse o novo governador", ou o bandido muda de
emprego ou muda de Estado.
Chega de direitos humanos só para bandidos. Direitos humanos é
para os que são humanos", disse
Maluf. "Comigo vai ser assim: escreveu, não leu, o pau comeu."
Para alegria da platéia, Maluf
prometeu emprego para todos e
anunciou mudanças na área da
educação. Disse que irá acabar
com o sistema de progressão continuada (em que não o aluno não
repete o ano), implantado na rede
estadual pelo PSDB durante a primeira gestão do governador Mário Covas, morto em março do
ano passado.
"Comigo o aluno vai passar de
ano sim, mas vai passar porque
aprendeu a ler e a escrever. Eu vou
consertar esse governo", disse
Maluf em seu velho estilo.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Segurança e emprego serão tônica malufista Índice
|