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Governadores tucanos reafirmam
apoio às reformas, mas criticam PT
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINA GRANDE (PB)
Os oito governadores do PSDB,
reunidos ontem em Campina
Grande (PB), reafirmaram seu
apoio às reformas propostas por
Lula, mas criticaram o PT, que
não ofereceu tratamento recíproco nos Estados onde é oposição.
"O PSDB não tem apresentado
condicionantes para a aprovação
dessas reformas, que são do país",
disse o governador mineiro Aécio
Neves. "Caberá ao país julgar a
posição daqueles que, no plano
estadual, preferem ficar no palanque e aqueles que, como nós, estão construindo medidas que ultrapassarão as nossas administrações", disse. "Não exerceremos
em relação ao PT a mesma oposição radicalizada, e muitas vezes
impatriótica, que o PT exerceu
em relação ao PSDB", afirmou.
O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, reforçou as críticas: "A incoerência dos outros
não pode nos contaminar. Seremos coerentes e firmes com nossos posicionamentos. Perdemos a
eleição, mas não a coerência".
Para o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, o fato de o PT
ter rejeitado a proposta de reforma da Previdência paulista não
mudou sua posição: "Eu apóio as
reformas, não por circunstâncias,
mas por convicção", declarou.
Lúcio Alcântara (CE) foi o único
a deixar claro que espera uma
contrapartida. "Para mim, esse
acordo tem que se desdobrar para
os Estados também. Eu espero ter
o apoio do PT no Ceará para
aprovar as reformas no Estado
depois que elas forem aprovadas
em nível nacional", declarou.
Na reunião, os governadores
decidiram manter inalterados os
termos do projeto da reforma
previdenciária acertados com o
presidente Lula, que não incluem
a concessão de tratamento diferenciado para o Poder Judiciário.
Cunha Lima considerou "legítimas" e "democráticas" as manifestações dos juízes contra a inclusão da categoria no projeto.
Disse que o assunto será debatido
no Congresso Nacional, mas afirmou que os governadores estão
"absolutamente firmes" na defesa
do que consideram "medidas importantes para o Brasil".
Entre as medidas estão quatro
pontos que desejam ver incluídos
na reforma tributária: compensações à desoneração das exportações prevista na Lei Kandir; o repasse de 25% da Cide aos Estados;
a garantia de que o Pasep não será
cobrado dos Estados; e a criação
de fundos para aplicação na segurança com recursos da CPMF.
Os quatro itens foram incluídos
na "Carta de Campina Grande",
assinada pelos oito governadores
do PSDB: Cunha Lima, Alckmin,
Aécio, Lúcio Alcântara (CE),
Marconi Perillo (GO), Simão Jatene (PA), Ivo Cassol (RO) e Marcelo Miranda (TO). Os tucanos decidiram não debater o tema que
mais divide os Estados na reforma
tributária: a cobrança do ICMS na
origem ou no destino dos produtos. Já o limite de isenção de R$
1.058 para a cobrança de inativos
foi aprovado por unanimidade.
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