São Paulo, sábado, 24 de junho de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br

Atração fatal

Quem acredita que Germano Rigotto, historicamente alinhado à ala oposicionista do PMDB, apoiará Geraldo Alckmin deveria ter ouvido a conversa para lá de cortês que o governador do Rio Grande do Sul teve quinta com o presidente Lula no Palácio do Planalto.
Ladeado pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Relações Institucionais) -ambos do PT gaúcho, adversário do PMDB no Estado-, Rigotto disse que não irá "nacionalizar" sua campanha à reeleição. "Meu palanque não será de ninguém."
É um banho de água fria em Geraldo Alckmin, que fez da conquista do Sul uma de suas estratégias para confrontar a dominância de Lula no Nordeste e sempre contou o governador como um aliado.

Ponta de lança. O governador do Paraná, Roberto Requião, avisou à cúpula do PMDB que tomará a frente do Movimento Pró-Lula no Sul.

Drive-thru. Ricardo Berzoini prevê que às 13h30 esteja encerrada a convenção do PT, que começa hoje às 10h. Serão só seis discursos. "Me dê mais dois anos no cargo e acabam as reuniões intermináveis", brinca o presidente.

Matéria-prima. O marqueteiro de Lula, João Santana, vai registrar em vídeo a convenção para usar na campanha. Ao final será tocado o jingle novo, mas o "Lula Lá" também deverá ser entoado.

Casa nova. Já foi escolhido o QG da campanha de Lula em Brasília. Será um imóvel no Setor Comercial Sul, bem mais central que o do PSDB, que ficará no distante Setor de Indústrias Gráficas.

Veja bem. Aloizio Mercadante diz que seu comentário, em almoço com aliados, sobre a crise que atingiu o PT não teve os mensaleiros como alvo. O candidato ao governo paulista reafirma que os eventuais erros dos colegas serão avaliados pelos eleitores.

Colchão. Zulaiê Cobra (SP) protocolou no TRE carta com 1.100 assinaturas de convencionais tucanos para tentar garantir seu nome na disputa interna pela vaga ao Senado.

Sem migalhas. Segundo o ex-senador Geraldo Melo, o PSDB não disputará o governo do Rio Grande do Norte. Ele acusa o PFL de inviabilizar acordo em torno de sua candidatura ao Senado.

Um alô. Suzana, mulher de Bruno Maranhão, visitou a sede do PT em Brasília ontem. Seu marido foi afastado da direção após invadir a Câmara.

Maestro. Do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B), sobre a paralisia da Casa: "Sou um regente de orquestra de baile. O casal é o governo e a oposição. Toco o tempo inteiro. Se eles dançam ou não, é expressão da vontade deles".

Vôo solo. Cesar Maia recusou convite de um portal de internet para ancorar um blog durante as eleições. O prefeito do Rio disse que prefere continuar com sua newsletter, por ele batizada de "ex-blog", "solta e artesanal".

Eu topo. Já o deputado cassado José Dirceu (PT), que tem se dedicado a criticar a imprensa, escreverá em seu próprio blog, no mesmo portal para o qual o pefelista havia sido convidado.

Outro lado. O deputado Max Rosenmann (PMDB) diz que a indicação de Waldir Brandão para o Departamento Nacional de Produção Mineral do Paraná não foi dele e sim da bancada de seu partido. Brandão é acusado de coordenar um esquema de exploração ilegal de minérios.

Colunista. Aloizio Mercadante deixa de escrever coluna dominical publicada uma vez por mês na página B4 da Folha. A praxe do jornal é desligar colunistas que estejam concorrendo a cargo no Executivo uma vez oficializada a candidatura. O petista foi homologado para disputar o governo de São Paulo.

Tiroteio

Mais perigoso para o Brasil e para Brasília é estar num avião cujo painel da caixa preta tenha sido violado.


Do deputado SIGMARINGA SEIXAS (PT-DF), em resposta ao candidato pefelista ao governo do DF, José Roberto Arruda, que atacou Lula dizendo temer que o país continue sendo pilotado por um "companheiro de boteco".

Contraponto

Falha de planejamento

No domingo em que o Brasil enfrentou a Austrália, Geraldo Alckmin desceu para dar entrevista em frente ao prédio em que mora, na zona sul de São Paulo. Enquanto respondia as perguntas, moradores da região passavam e gritavam palavras de estímulo ao presidenciável.
Em clima descontraído, um repórter brincou:
-Governador, seu assessor de imprensa contratou bastante gente para apoiá-lo hoje, hein?
Alckmin riu e continuou a entrevista. Logo em seguida, um homem passou de carro e, ao contrário dos anteriores, xingou o tucano, que aproveitou a deixa:
-É... acho que o assessor não pagou todo mundo.


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