São Paulo, Quinta-feira, 24 de Junho de 1999
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SÃO PAULO
Tucano diz que data e forma de venda das ações não estão definidas; governador pretende pulverizar capital
Covas quer vender 49% da Nossa Caixa

Ichiro Guerra - 14.mai.99/Folha Imagem
O governador Mário Covas (PSDB), que disse pretender pulverizar o capital da Nossa Caixa


da Reportagem Local

O governador Mário Covas (PSDB) disse ontem que o Estado vai vender 49% das ações da Nossa Caixa Nosso Banco, a instituição financeira oficial de São Paulo.
Covas afirmou que não sabe ainda quando essa decisão vai ser implementada nem a forma como a venda das ações será realizada.
Mas observou que sua intenção é pulverizar o capital da Nossa Caixa, permitindo a participação da população. Nesse caso, as ações seriam oferecidas em Bolsa e não leiloadas em um bloco único.
"A Nossa Caixa pertence ao povo de São Paulo. Então quanto mais sócios houver, melhor."
O governador acrescentou que o Estado manterá o controle acionário da instituição financeira. "Não se trata de uma privatização, mas de uma venda parcial de ações. O Estado ganha sócios, mas mantém a posição majoritária."
A Nossa Caixa passou por um processo de recuperação financeira desde o início do governo Covas. Em dezembro de 94, a empresa tinha ativos totais de R$ 5,9 bilhões. No ano passado, esse valor estava em R$ 13,6 bilhões.

Inativos
O governador também anunciou que o Executivo vai encaminhar à Assembléia Legislativa no dia 28 o projeto de lei que cria o Fundo de Previdência do Estado.
Covas disse que os salários até R$ 600 pagarão 6% de contribuição. Acima disso, haverá alíquotas adicionais, que incidirão em cascata.
Segundo o governador, 31% da folha de pagamento do Estado é destinada a aposentadorias de servidores.
O governador também disse que pretende incluir no edital de privatização da Paranapanema uma cláusula segundo a qual o novo dono da empresa terá de dar preferência a fornecedores nacionais quando houver igualdade de condições na oferta de equipamentos e serviços.
A Paranapanema, que deve ser privatizada em julho, é uma das empresas que surgirão da cisão da Cesp (Companhia Energética de São Paulo).

Eleições
Covas foi irônico em relação ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que admitiu em Paris que pode ser candidato à Presidência em 2002.
"Paris é bom lugar para lançar candidatura", disse Covas. Mas o governador observou que não viu nenhum problema nas declarações de ACM. "O que eu li é que ele disse que não fugiria de um apelo do partido dele se fosse preciso ser candidato", afirmou.
O governador elogiou a decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso de demitir a diretoria do Banespa em razão da decisão do banco de contestar na Justiça a cobrança da CPMF.
Na opinião de Covas, a posição da diretoria do Banespa era "imprópria" e "despropositada".


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