São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 2002

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Platéia hesita sobre declaração de voto

ANDRÉA MICHAEL
EM SÃO PAULO

A palestra do presidenciável Ciro Gomes (PPS) agradou os empresários da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O candidato arrancou elogios, aplausos e sorrisos da platéia. Quanto à declaração do voto, isso o empresariado prefere deixar para um outro momento.
"É um candidato articulado, fez a lição de casa, preparou-se para debater os temas que interessam ao país", afirmou Mário Bernardini, diretor do Decomtec (Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp).
Ciro foi o segundo presidenciável a apresentar suas propostas à Fiesp. Anthony Garotinho inaugurou o ciclo de debates na semana passada. Os próximos serão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB).
O impacto positivo do conteúdo apresentado por Ciro foi resumido pelo anfitrião do encontro, Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp, que teve dificuldades para organizar o conjunto de perguntas enviadas ao palestrante. Segundo Piva, foi uma palestra "precisa, consistente e densa".
O público gostou da didática utilizada por Ciro, dividindo a apresentação em "premissas, diagnóstico e terapêutica", um fio condutor da parte conceitual às suas propostas para governar o país. "Pela primeira vez vi alguém formular claramente uma questão fundamental: taxa de juros não pode ser superior à taxa de retorno da indústria", declarou Massimo Giavina-Bianchi, empresário do setor de transportes.
Preocupação comum entre os empresários era o arco de alianças de Ciro Gomes, que congrega, na Frente Trabalhista, PPS, PTB e PDT. O PFL tem se aproximado de maneira cada vez mais expressiva do grupo. "Não vejo de maneira tão otimista como ele a possibilidade de realização dessas propostas", afirmou José Luiz de Freitas Vaz, do setor de importação e exportação. "Ele não tem e não terá maioria no Congresso."


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