São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 2002

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Dados estão desatualizados, sustenta Ipea

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) contestou ontem, durante a divulgação do relatório anual do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a colocação brasileira no ranking do IDH e diz que o estudo usou, "apesar de repetidas advertências", dados sobre saúde e educação "desatualizados" e "totalmente incorretos". O PIB per capita ajustado pelo poder de compra não foi contestado.
De acordo com o presidente do órgão, Roberto Martins, o uso dos valores "corretos" de esperança de vida, alfabetização e matrícula elevaria o IDH brasileiro de 0,757 para 0,769 e permitiria avançar mais três posições no ranking mundial, ficando, em tese, na 70ª colocação na classificação geral.
Para o Ipea, o relatório deste ano deveria ter utilizado, para calcular o IDH de 2000, os seguintes índices: 68,55 anos de expectativa de vida ao nascer, 86,3% de alfabetização entre os maiores de 15 anos e 84,6% de taxa bruta de matrícula escolar. Os valores usados pelo relatório foram 67,7 anos, 85,2% e 80%, respectivamente.
Segundo o Pnud, que convidou Martins para o lançamento do relatório, a reclamação não procede porque os índices usados foram fornecidos pelo governo brasileiro e ajustados para a comparação com outros países. "Essa discrepância deprimiu o IDH do Brasil", disse Martins, que chegou a discutir, durante a divulgação, com funcionários do Pnud.
O secretário de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, disse que a melhora de posição do Brasil no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano mostra que as políticas sociais no país tiveram êxito e que o avanço só não foi maior por conta do nosso "legado de desigualdade social e racial".


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