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Corrêa libera acesso de
servidores à Câmara
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Três liminares concedidas no final da tarde de ontem pelo presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal), ministro Maurício Corrêa, liberaram o acesso de grupos
de servidores públicos à Câmara
dos Deputados para que eles
acompanhassem a votação do relatório da reforma da Previdência.
Nos três casos, os servidores
contestaram a proibição de entrada das pessoas. Os autores das
ações -um mandado de segurança e dois habeas corpus- disseram que a garantia constitucional de livre acesso estava ameaçado. Os três processos são contra o
presidente da Câmara, João Paulo
Cunha (PT-SP).
Corrêa autorizou a segurança
da Câmara a bloquear as entradas
apenas no caso de superlotação
interna. As liminares foram concedidas para liberar o acesso "nos
limites da capacidade de segurança e da lotação das galerias do plenário ou da comissão".
Uma das decisões beneficiou a
Anfip (Associação Nacional dos
Auditores Fiscais da Previdência
Social), que moveu o mandado de
segurança. As outras duas atenderam individualmente aos servidores que entraram com os habeas
corpus -Paulo Cezar Moemr e
Antônio Luís de Andrade.
O presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Grijalbo Coutinho, disse que ele e outros juízes também foram barrados e que só entraram após intervenção do deputado Paulo Bernardo (PT-PR). Coutinho é um
dos articuladores da greve dos juízes contra a proposta de reforma.
Nas decisões, o ministro afirmou que a Câmara e o Senado
têm poder de polícia, mas não de
forma absoluta, porque o uso de
força seria apenas para conter excessos. "Não pode, porém, anular
ou inviabilizar a realização dos direitos fundamentais do cidadão
nem impedir, como no caso em
exame, que pessoas ingressem e
circulem nos prédios públicos."
Para Corrêa, "a discussão de
projetos, como o da reforma da
Previdência, de amplo interesse
de parcela da sociedade não pode
prescindir da presença do cidadão, que quer acompanhar tais
discussões, até mesmo para avaliar e valorar o posicionamento de
cada um dos representantes da
população".
Ele apreciou as liminares na
condição de ministro responsável
pela apreciação de casos urgentes
durante o recesso de julho do Supremo. Recentemente, ele tentou
intermediar acordo entre juízes e
líderes governistas sobre a reforma da Previdência.
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