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"STOP AND GO"
Em discurso, ministro da Fazenda disse que momento é de "otimismo", não de "comemoração" na economia
Palocci rechaça "bolha de crescimento"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Tanto em seu discurso, que antecedeu a fala do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no Palácio do
Planalto, como em entrevista de
cerca de meia hora após o evento,
o ministro Antonio Palocci Filho
(Fazenda) afirmou que o momento é de "otimismo" e não de
"comemorações" em torno dos
avanços da economia do país.
Por um lado, Palocci rechaçou
que exista no governo federal o temor de que o crescimento econômico seja apenas uma "bolha".
Por outro, admitiu a "preocupação" de investidores, da população e de empresários a respeito
das possibilidades de o Brasil
crescer por um longo prazo.
"No crescimento que estamos
tendo neste ano não há nenhum
aspecto de bolha, nenhum, nenhum. As contas externas sólidas,
o Orçamento equilibrado e a inflação controlada garantem um
crescimento de longo prazo, que
tira qualquer aspecto de bolha",
afirmou o ministro, no Planalto,
após ouvir uma seqüência de elogios do presidente da República
ao seu trabalho na pasta.
Para Palocci, o risco de bolha foi
retirado no ano passado, quando
a equipe econômica, segundo ele,
promoveu uma série de "ajustes
necessários" nas contas do país.
"Bolha seria se nós não tivéssemos feito o ajuste no ano passado
e deixado a economia crescer com
a alta inflação. Aí teríamos uma
bolha de curtíssima duração e
com graves conseqüências para as
rendas das famílias."
Na quarta-feira, em encontro
com 17 ministros no Planalto, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu empenho total na execução dos programas de governo
para que o avanço da economia
seja sustentado, e não apenas uma
"bolha" de crescimento.
No ano passado, o PIB (Produto
Interno Bruto) apresentou uma
retração de 0,2%. No primeiro trimestre deste ano, porém, a economia mostrou sinais de recuperação, crescendo 1,6% no período
janeiro-março em relação ao trimestre anterior. Em discursos,
desde o ano passado, Lula tem
tratado do avanço do PIB como
uma "obsessão".
Dados recentes mostram o crescimento da renda real e a queda
do desemprego nas regiões metropolitanas, segundo o IBGE
(Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), e o aumento da confiança dos empresários, que esperam faturar e contratar mais, de acordo com pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Sem comemorações
No discurso, improvisado durante a solenidade que marcou a
assinatura de duas medidas provisórias e uma sanção, Palocci pediu cautela aos mais otimistas.
"Não é hora ainda para comemorações. É hora para sermos
otimistas e para seguirmos no rumo de garantir um crescimento
sustentável para o Brasil. A hora
de comemoração é quando todos
esses benefícios poderem chegar
às pessoas mais pobres, aos trabalhadores e àqueles que têm feito a
riqueza do país."
E admitiu a "preocupação" de
setores da sociedade nas possibilidades de a economia avançar por
um longo prazo.
"O que mais preocupa hoje, o
povo brasileiro, o empresário brasileiro e o investidor nacional e internacional é saber que o Brasil
vai crescer num longo prazo. Saber que o Brasil definitivamente
abandonará a linha de crescer
num curto prazo e se desorganizar nos anos seguintes. O crescimento e a estabilidade de longo
prazo são o que o Brasil precisa
para responder aos seus grandes
desafios sociais."
(EDUARDO SCOLESE E JULIANNA SOFIA)
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