São Paulo, domingo, 24 de julho de 2005
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PAINEL Fim da calmaria 1 Operadores de mercado do Rio e de São Paulo passaram os últimos dias da semana passada ligando para membros da CPI dos Correios preocupados com o fato de a investigação enveredar para a origem dos depósitos nas contas de Marcos Valério e de suas empresas. Fim da calmaria 2 Outro motivo de inquietação do mercado e de setores da oposição é que enxergam uma "operação silenciosa" para atingir o ministro Antonio Palocci (Fazenda), que esses setores prefeririam ver blindado. Na sexta, essa percepção só piorou com declarações de Roberto Jefferson sobre o ministro. CPI dos bancos Um dos principais pontos do relatório final da CPI dos Correios deverá ser sobre a vulnerabilidade do sistema financeiro. O comando da comissão acha que uma das conseqüências da investigação será mudanças no relacionamento Banco Central-Coaf-bancos. Água fria Num raro caso de entendimento, PT e PFL agiram para desarmar uma proposta de requerimento para que se quebrasse o sigilo de todos os fundos de pensão. Os adversários concordaram que a iniciativa causaria pânico no mercado. Sigilo quebrado O motivo de parlamentares do PT e da base terem negado até o fim a existência de saques em seu nome das contas de Marcos Valério é que, pelo esquema "normal", esses "clientes vip" faziam as retiradas de forma anônima com Simone ""6 milhões" Vasconcelos. Sinal verde O governador Aécio Neves (PSDB-MG) conversou na quinta-feira com parlamentares tucanos na CPI dos Correios. Demonstrou preocupação com a evolução da crise no plano federal, mas garantiu que não aparecerá nada que comprometa o partido ou seu governo. Forca Nas conversas que se intensificaram na última semana entre governo e oposição já se fala abertamente sobre quantas e quais cabeças terão de ser entregues para se tentar evitar que o escândalo descambe para a "desmoralização geral". Então prove "Não sou eu que tenho de provar coisíssima nenhuma. Quem tem de provar é o próprio governo." Frase de Lula, em junho de 98, sobre a suspeita de formação de caixa dois no governo FHC durante o processo de privatização das empresas de telefonia. Confiando no futuro Dias antes de aparecer como a empresa que ganhou contratos milionários da Petrobras e que pagou um jipe Land Rover para Silvio Pereira, a GDK anunciou a construção, na Bahia, de um complexo de R$ 100 milhões para produzir plataformas. E no cliente O novo complexo industrial planejado pela GDK visa ampliar a oferta de serviços à indústria petroquímica e, principalmente, à sua principal freguesa, a própria Petrobras. Afinidades baianas Dias depois de protestar contra a ação da Polícia Federal na Daslu, de sua amiga Eliana Tranchesi, ACM voltou à tribuna do Senado para criticar a prisão do ex-prefeito da Paraíba, Cícero Lucena. Ele é acusado de favorecer a Coesa, empresa do grupo baiano OAS. Conforme a pressão Se Delcídio Amaral irritou seus pares petistas ao dizer que acredita no "mensalão", contrariou ainda mais a oposição ao recuar depois. E já ganhou apelido maldoso: "senador iô-iô". No lugar errado Frase de um petista sobre o novo comando do partido: ""Botaram um Genro para cuidar da casa da sogra. Não funciona". TIROTEIO Do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, sobre as movimentações financeiras envolvendo Marcos Valério, Delúbio Soares e vários parlamentares: -Isso é o que podemos chamar de orçamento participativo, bandeira histórica do PT. CONTRAPONTO Mesa branca
Na quarta-feira, durante a sessão em que foi instalada a CPI
do Mensalão, oposição e governistas não se entendiam. |
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