São Paulo, Sábado, 24 de Julho de 1999
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NO AR
Covas se move

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Mário Covas apresentou a sua tropa, na Cultura. E falou primeiro:
- A guerra fiscal acabou complementada pelo governo federal. Além dos favores que a Bahia deu, o governo federal também deu favores.
Depois falou Itamar Franco, aliado novo:
- Isso que está acontecendo, incentivo para a Ford, é porque não há federação.
Somem-se a Força Sindical e a CUT, que se reuniram contra a guerra fiscal, pelos operários do Ipiranga e do ABC. Some-se o PNBE, Pensamento Nacional das Bases Empresariais, que questionou o Cade em relação à "concorrência desleal" dos incentivos fiscais.
Some-se a Globo São Paulo, nos telejornais editados na unidade do Brooklyn, que foi instalada com apoio de Covas. Some-se o Jornal da Record, que destacou ontem o ataque de Covas aos números, dados por FHC, da redução no apoio federal à Ford:
- As contas estão erradas.
E aí está a reação de Mário Covas, ele que demora para se mexer, mas, quando começa, não pára tão cedo.

FHC, é evidente, não admite ter "complementado" a guerra fiscal. Anteontem, descreveu a isenção à Ford como "política de desconcentração".
Também anteontem, na TV, dizia o presidente:
- A guerra fiscal é negativa. Negativa, mas algumas regiões precisam de apoio para crescer. No Amazonas, sem a Zona Franca, dificilmente haveria transformações.
Ele já sabia da Philips, que ontem saiu de São Paulo para o Amazonas, enquanto FHC se encontrava com o governador Amazonino Mendes.
Aquele mesmo.

Mas o melhor, do lado de FHC, veio com as federações de indústria que, por um acaso, soltaram no mesmo dia notas contra suposta guerra fiscal -de Covas.

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


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