ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió

O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), acatou ontem decisão de seu conselho político, integrado pelos 13 partidos que sustentam o governo, de fazer um projeto para reduzir definitivamente os salários mais altos do Estado.
O projeto de lei deve ser enviado no início de agosto à Assembléia Legislativa e prevê a redução do teto salarial de R$ 9.800,00 para R$ 8.200,00 -valor que incorporaria todas as vantagens.
"O conselho entendeu a situação difícil da economia do Estado e decidiu que a redução dos salários mais altos tem que acontecer para que o governo não tenha que fechar escolas, postos de saúde e mantenha os policiais nas ruas", afirmou Lessa.
O conselho se reuniu na noite de anteontem sob a ameaça de aquartelamento de oficiais da Polícia Militar. Os oficiais não se conformam com o corte emergencial de 9% a 14% feito por Lessa nos salários acima de R$ 1.000,00 para que ele pudesse conseguir pagar os salários de junho a todos os 55 mil servidores.
A ameaça de aquartelamento não vingou. Sem apoio dos soldados, cabos, sargentos e tenentes, que receberam salários na semana passada, os 56 oficiais ficaram sem força de conduzir a insubordinação ao comando.
Oficiais da PM, delegados de polícia, fiscais de renda e outras três categorias conseguiram liminar na Justiça garantindo que seus salários sejam pagos de forma integral.
Com isso, cerca de quatro mil servidores beneficiados com a liminar tiveram os salários suspensos ou atrasados. Os demais já receberam. Lessa suspendeu o pagamento das categorias que conseguiram a liminar, "até ter caixa para concluir a folha".
Suspendendo o pagamento desses servidores, Lessa evitou ato de desobediência ao Judiciário, o que poderia provocar, como ameaçou o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Orlando Manso, um pedido de intervenção federal no Estado.



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