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Congresso do PSOL termina sem candidatura de Heloísa
Nome de Marina Silva como possível candidata atrapalhou os planos do partido
A maioria dos delegados defende que o PSOL tenha candidato próprio no ano que vem; nome, entretanto, só deverá sair em dois meses
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL
A candidatura da senadora
Marina Silva à Presidência da
República nem bem saiu do terreno das hipóteses e já faz vítimas onde menos se esperava:
no PSOL. Ontem, após três dias
de debates em São Paulo, o 2º
Congresso da agremiação foi
encerrado sem conseguir convencer Heloísa Helena a se lançar candidata.
A maioria dos 372 delegados
nacionais defende que o partido apresente candidatura própria à sucessão do presidente
Lula. O nome do candidato, entretanto, só deverá sair dentro
de dois meses, quando ocorrerá
uma convenção eleitoral.
"Eu não aceito ser obrigada a
não respeitar Marina Silva nas
minhas declarações públicas.
Isso gera um dissenso partidário. O partido deve construir o
seu programa, apresentar as alternativas concretas para o
Brasil e só então discutir qual o
melhor quadro partidário para
representar esse projeto", disse
Heloísa à saída do congresso.
"Eu tenho a dizer que Marina
Silva é uma das mais valorosas
militantes que a esquerda já
produziu. E eu não vou aceitar
que queiram me proibir de dar
essas declarações públicas." A
declaração de Heloísa choca-se
com o deliberado pelos delegados do PSOL, para os quais a
possível candidatura de Marina
"não representa a esquerda socialista e democrática".
O descontentamento de Heloísa com o PSOL já era evidente no início dos debates (ela
chegou a denunciar que estaria
sendo vítima de uma campanha de calúnias pela internet,
movida por seus "camaradas").
Ficou pior. O último ponto da
pauta do congresso, a eleição da
direção, terminou com a derrota da chapa apoiada por ela e
encabeçada pela deputada Luciana Genro (PSOL-RS). Venceu a chapa liderada pelo deputado federal Ivan Valente (SP),
que teve o apoio do deputado
estadual Raul Marcelo (SP) e
do senador José Nery (PA).
Se o grupo de Luciana tinha
como prioridade absoluta o discurso anti-corrupção, o grupo
de Valente pretende retomar o
programa de esquerda do partido, em que se incluem a crítica
ao sistema financeiro e a luta
pela reforma agrária. "Vamos
além porque para ser contra a
corrupção não é necessário ser
de esquerda", disse Valente.
Heloísa não esconde que tem
entre as possibilidades a serem
analisadas a candidatura ao Senado por Alagoas. Nesse caso,
uma hipótese é lançar o advogado Plínio de Arruda Sampaio
à Presidência da República.
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