São Paulo, segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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Congresso do PSOL termina sem candidatura de Heloísa

Nome de Marina Silva como possível candidata atrapalhou os planos do partido

A maioria dos delegados defende que o PSOL tenha candidato próprio no ano que vem; nome, entretanto, só deverá sair em dois meses

LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL

A candidatura da senadora Marina Silva à Presidência da República nem bem saiu do terreno das hipóteses e já faz vítimas onde menos se esperava: no PSOL. Ontem, após três dias de debates em São Paulo, o 2º Congresso da agremiação foi encerrado sem conseguir convencer Heloísa Helena a se lançar candidata.
A maioria dos 372 delegados nacionais defende que o partido apresente candidatura própria à sucessão do presidente Lula. O nome do candidato, entretanto, só deverá sair dentro de dois meses, quando ocorrerá uma convenção eleitoral.
"Eu não aceito ser obrigada a não respeitar Marina Silva nas minhas declarações públicas. Isso gera um dissenso partidário. O partido deve construir o seu programa, apresentar as alternativas concretas para o Brasil e só então discutir qual o melhor quadro partidário para representar esse projeto", disse Heloísa à saída do congresso.
"Eu tenho a dizer que Marina Silva é uma das mais valorosas militantes que a esquerda já produziu. E eu não vou aceitar que queiram me proibir de dar essas declarações públicas." A declaração de Heloísa choca-se com o deliberado pelos delegados do PSOL, para os quais a possível candidatura de Marina "não representa a esquerda socialista e democrática".
O descontentamento de Heloísa com o PSOL já era evidente no início dos debates (ela chegou a denunciar que estaria sendo vítima de uma campanha de calúnias pela internet, movida por seus "camaradas"). Ficou pior. O último ponto da pauta do congresso, a eleição da direção, terminou com a derrota da chapa apoiada por ela e encabeçada pela deputada Luciana Genro (PSOL-RS). Venceu a chapa liderada pelo deputado federal Ivan Valente (SP), que teve o apoio do deputado estadual Raul Marcelo (SP) e do senador José Nery (PA).
Se o grupo de Luciana tinha como prioridade absoluta o discurso anti-corrupção, o grupo de Valente pretende retomar o programa de esquerda do partido, em que se incluem a crítica ao sistema financeiro e a luta pela reforma agrária. "Vamos além porque para ser contra a corrupção não é necessário ser de esquerda", disse Valente.
Heloísa não esconde que tem entre as possibilidades a serem analisadas a candidatura ao Senado por Alagoas. Nesse caso, uma hipótese é lançar o advogado Plínio de Arruda Sampaio à Presidência da República.


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