DOS ENVIADOS A CAXAMBU

Ganhe Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou José Serra (PSDB), a atuação do Congresso ganhará importância a partir de 2003, o que será um teste crucial para a democracia brasileira, diz o cientista político Fabiano Santos, do Iuperj.
Para Santos, coordenador do grupo de trabalho sobre o Legislativo no 26º Congresso da Anpocs, a forma de negociação entre Executivo e Congresso será radicalmente diferente com o próximo presidente do que tem sido com Fernando Henrique Cardoso.
Isso porque nem a aliança partidária que sustenta Lula nem a que apóia Serra devem conseguir maioria simples na Câmara.
"Sairemos de um cenário em que existe uma coalizão disciplinada supermajoritária, em que o papel da oposição era meramente de se posicionar, para uma dinâmica de colaboração entre governo e oposição para a aprovação de políticas. Vamos sair de um governo de coalizão estável para um sistema de coalizão ad hoc."
A pauta de votação do Congresso deve obedecer também a uma lógica nacional, é o que mostra o estudo de Fernando Limongi (Cebrap-USP), sobre a relação entre governos estaduais e Congresso.
Para ele, existe uma idéia equivocada de que os governadores controlam as bancadas estaduais. "Mas o que vale mesmo são partidos nacionais", afirmou.


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