São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 2002

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CANDIDATO NA TV

À tarde, tucano declarou em entrevistas que a eleição não está decidida e que haverá surpresas

Ratinho sabatina Serra por 31 minutos

LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato a presidente José Serra (PSDB), aparentando nervosismo, fez o sinal-da-cruz antes de entrar, ontem à noite, no estúdio do "Programa do Ratinho", no SBT, onde foi sabatinado ao vivo pelo apresentador Carlos Massa, o Ratinho.
Não fez brincadeiras, e a platéia não teve nenhuma reação, exceto aplaudir no final. Ratinho perguntou ao candidato por que ele e seu adversário, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, "não se juntavam e faziam um governo de 18 milhões de empregos [soma do que os dois prometem nos programas eleitorais]. O tucano respondeu: "Porque eu não sou Papai Noel, eu não uso vermelho. Eu digo como criar empregos, não só prometo".
Serra teve liberdade para falar sobre seu programa de governo e deu um largo sorriso quando o apresentador anunciou que a audiência era de 17 pontos no Ibope. Cada ponto corresponde a 47 mil domicílios na Grande São Paulo. "Tem cerca de 15 milhões de pessoas nos assistindo agora", afirmou Ratinho. Na entrevista, prevista para durar apenas 15 minutos, mas que foi esticada para 31 minutos, o tucano só citou Lula uma única vez, ao responder sobre a promessa de criar empregos.
O apresentador, no final, fez um apelo para que o petista aceite o convite para participar do programa hoje ou amanhã. Mesmo assim, na saída, Ratinho disse: "Eu, se fosse ele, talvez não viesse. Ele está muito em cima nas pesquisas". Serra recusou participar do programa no primeiro turno.
Na saída, o candidato parecia mais relaxado e, ao ser indagado sobre o que tinha achado de sua participação, respondeu: "Foi muito bom, foi tranquilo. Vocês não acharam?".
Antes de ir ao programa do SBT, o tucano afirmou em entrevista a emissoras de TV que "a eleição não está decidida" e que haverá ainda "muita surpresa até domingo, como de certa maneira houve no primeiro turno e vai acontecer no segundo".
Questionado se teria algum fato novo para apresentar até domingo para reverter o resultado apontado pelas pesquisas, afirmou: "Se eu falar, perde a graça".


Colaborou RAYMUNDO COSTA, em São Paulo



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