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São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

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PAINEL

No paralelo
Discretamente, ministros têm procurado parlamentares na tentativa de obter reforço nas verbas que Lula destinou às suas pastas no Orçamento de 2004. Seguem o exemplo de Humberto Costa, que contou com a Frente Parlamentar da Saúde para conseguir mais R$ 3,5 bi.

Campo de batalha
Anderson Adauto, por exemplo, suspendeu viagem de nove dias à Europa a fim de articular no Congresso a ampliação das verbas para os Transportes. Já Cristovam Buarque (Educação) tem mobilizado deputados ligados ao setor para aumentar o valor do Fundef no Orçamento.

Reforço de caixa
Governadores do Norte e do Nordeste -pertencentes a partidos aliados- querem se reunir com Lula, após a viagem presidencial à Espanha, para cobrar maior repasse de recursos a seus Estados. Alguns deles, inclusive do PT, afirmam ter sido mais bem tratados sob FHC.

Última que morre
O movimento dos governadores pelo aumento dos repasses federais é organizado por Jorge Viana (PT-AC) e Wellington Dias (PT-PI). "Queremos construir uma maneira de repassar recursos aos Estados e diminuir desigualdades regionais, mas sem fisiologismo", diz Viana.

Interpretação tucana
O artigo 100 do relatório do senador Romero Jucá (PMDB) tem a seguinte redação: "Em 2007 o Congresso Nacional revisará o sistema tributário". Comentário de Arthur Virgílio (PSDB): "O Jucá é uma pérola de sinceridade. O artigo 100 significa sem reforma tributária".

Vítima do próprio veneno
Na gestão FHC, o então deputado Agnelo Queiroz especializou-se em fiscalizar o governo com a ajuda do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos do governo). Foi justamente esse método que permitiu comprovar o recebimento, pelo ministro, de verba pública para cobrir despesa paga por terceiros.

Puxadinho ministerial
Os cerca de 50 servidores da Secretaria dos Direitos da Mulher, de Emília Fernandes (PT-RS), continuam espremendo-se em metade do segundo andar do Ministério da Educação, quase dez meses após a posse.

Regimento governista
Por orientação do Planalto, João Paulo (Câmara) acatou questão de ordem cancelando convocação da CPI dos Combustíveis para ouvir Rogério Manso, diretor da Petrobras. Deputados suspeitam que haja favorecimento na concessão de descontos a distribuidoras.

Agora, é diferente
João Paulo cancelou a convocação do diretor da Petrobras com base no regimento interno, que proíbe reunião da CPI concomitante à realização de sessão no plenário. Situação que já ocorreu em outras ocasiões, mas não mereceu a atenção do petista. A estatal nega favorecimento.

CPI da CPI
Roberto Requião (PMDB-PR) afirma que deputados tentaram achacar empresários do setor sucroalcooleiro para não investigá-los na CPI dos Combustíveis. "Estou estarrecido, perplexo", declara o governador.

Ato falho
Marina Silva (Meio Ambiente) não quis dar entrevista após a reunião de anteontem sobre transgênicos. "O presidente José Dirceu ficou responsável por fazer uma síntese da reunião", explicou a ministra, referindo-se ao colega da Casa Civil.

Visita à Folha
Antonio Imbassahy, prefeito de Salvador, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Tasso Paes Franco, secretário de Comunicação, e de Carlos Magno De Nardi, assessor de imprensa em São Paulo.

TIROTEIO

Da deputada Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB-SP) sobre Luiz Eduardo Soares, que contratou a mulher e a ex para a Secretaria Nacional de Segurança Pública:
-Na época da reforma do Judiciário, o PT brigou ao meu lado contra o nepotismo. Hoje, vejo que só votou a favor naquela época porque era oposição.

CONTRAPONTO

Vaia verde

Deputado da tropa de choque do governo no Congresso, Professor Luizinho ajudou o Planalto a articular a votação da reforma da Previdência. Ganhou com isso vários inimigos, principalmente entre os movimentos de funcionários públicos.
No final de setembro, dias antes da aprovação do projeto em segundo turno na Câmara, Professor Luizinho foi provocado por manifestantes ao cruzar o salão verde do Congresso:
-Olha lá o Cabo Anselmo do PT- gritavam os servidores, referindo-se ao militante de esquerda que, depois de ser preso pelo Dops, passou a trabalhar para o governo militar, entregando antigos companheiros.
O deputado fingiu que não era com ele. No entanto, não resistiu e caiu na risada diante do coro puxado pelos servidores na tentativa de mostrar que o PT mudou seu discurso:
-Luiziiiiinho, transgêêênico!


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