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Para cientista, debate foi apresentação teatral de "mágico" contra "racional"
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi o duelo entre o sindicalista mágico contra o administrador racional. Leôncio Martins Rodrigues, professor aposentado de ciência
política da Unicamp, resumiu desta forma o debate de
ontem na TV Record.
Para ele, foi um espetáculo
teatral no qual o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva
adotou um discurso de esquerda para se opor a Geraldo Alckmin, mas parecia
"deslocado, incomodado". E
também "faltou um pouco
de senso de humor aos candidatos".
Embora seja próximo dos
tucanos (é amigo de FHC), o
professor não declara voto e
muito menos se rasga em
elogios a Alckmin. O discurso, algumas vezes, se assemelha ao da oposição. Criticou seguidas vezes os escândalos de corrupção do governo federal, associou os desvios de dinheiro público à diminuição da eficiência da
máquina pública e sorriu
quando Alckmin disse que
tinha muitos defeitos, menos o de roubar. "Foi muito
bem respondido."
Na maior parte do tempo,
porém, falou sobre a personalidade de Lula. Afirmou
que o presidente-candidato
era uma das últimas grandes
figuras da política nacional.
Insistia que a estratégia de
Lula durante o debate era
mostrar que não é um político convencional.
O professor aprovou a
atuação de Alckmin nesse
debate -"foi melhor que no
debate anterior"-, mas foi
cauteloso. "É preciso ver como o conjunto da população
vai ver o debate, mas a estratégia foi clara. Alckmin usou
a eficiência, a capacidade de
administrar.
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