São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

PT usa técnica nazista da mentira, diz FHC

Tucano compara a Goebbels, ministro da propaganda do nazismo, os adversários que criticam as privatizações de seu governo

Questionado sobre filho de Lula, acusado de fazer lobby para empresa, Alckmin disse que famílias dos candidatos não estão acima da lei

Raimundo Pacco/Folha Imagem
Geraldo Alckmin discursa em evento de campanha em São Paulo; ao lado, a mulher do candidato, dona Lu, com a neta Isabella


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acusou ontem o PT de utilizar "técnicas nazistas" na campanha, ao se referir às críticas que integrantes do partido vêm fazendo às privatizações feitas em seu governo (1995-2002),
"É a técnica nazista, mente, mente, mente que pega. Eles [os petistas] não se cansam de dizer mentiras. É a velha técnica nazista, de dizer uma mentira repetida até ela se transformar em verdade. Eles fazem o mesmo estilo de Goebbels [Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista], que elegeu [Adolf] Hitler", afirmou FHC, que discursou em evento da campanha de Geraldo Alckmin à Presidência, para uma platéia de mil pessoas, segundo o PSDB, formada por empresários, artistas, esportistas e militantes tucanos, no clube Pinheiros, em São Paulo.
O ex-presidente, mais de uma vez, se referiu a Lula como "fanfarrão", mas se confundiu ao citar o poeta Gregório de Mattos como autor da expressão "Fanfarrão Minésio", cunhada, na verdade, pelo poeta mineiro Tomas Antonio Gonzaga nas "Cartas Chilenas".
"Em 1994, eu saí [no início da disputa eleitoral] do Ministério da Fazenda com 8%, 10% nas pesquisas, e o Fanfarrão tinha 40%. Ganhei no primeiro turno, com ricos e pobres", disse FHC, referindo-se à disputa entre ele e Lula. Ao final do discurso do ex-presidente, alguém na platéia gritou: "Abaixo o fanfarrão", e todos aplaudiram.
Apesar de ter afirmado que acredita na vitória de Alckmin, FHC disse que, se derrotados, os tucanos não irão compactuar com a "impunidade", em uma alusão ao caso do dossiê. "O PSDB é contra a impunidade. Agora, imaginar que queremos golpe ou que vamos sabotar o Brasil, nós não faremos isso porque não somos iguais a essa gente [os petistas]", disse.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que, qualquer que seja o resultado a eleição, o clima em Brasília não será de armistício.

Alckmin
Alckmin disse ontem que as famílias dos presidenciáveis não estão "acima da lei". Questionado sobre as pressões de seus aliados para que ele aborde na campanha acusações contra Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o tucano respondeu: "Eu sou republicano, a família de ninguém deve ficar acima da lei, a lei é para todos, principalmente aqueles mais próximos dos governantes é que precisam tomar mais cuidados".
No final de semana, a revista "Veja" publicou reportagem segundo a qual Lulinha teria feito lobby em favor dos interesses da Telemar e de uma produtora de vídeo. A Gamecorp, empresa da qual o filho de Lula é sócio, negou em nota a acusação.
No evento, Alckmin afirmou considerar preocupante a divisão que, segundo ele, os petistas tentam promover neste segundo turno. "É grave essa divisão que alguns semeiam no país. Grave sob o ponto de vista regional, grave sob o ponto de vista econômico."
O governador eleito de São Paulo, José Serra, e o governador de Minas, Aécio Neves, não participaram do evento. Segundo suas assessorias, eles tinham outros compromissos agendados anteriormente.


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