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ELEIÇÕES 2008 / SALVADOR
Ataque de Wagner explicita racha na BA
Governador diz, sem citar Geddel ou o partido, que PMDB fez "ataques sórdidos" ao governo Lula e agora "bebe" da "popularidade"
Ministro não responde a acusações do petista, mas afirma que seu "dever é criar facilidades ao presidente Lula, e não dificuldades"
Alan Marques/Folha Imagem
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O governador da Bahia, Jaques Wagner, durante visita ao presidente Lula no Palácio do Planalto
LETÍCIA SANDER
ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A três dias da eleição, a disputa pela Prefeitura de Salvador
escancarou a queda-de-braço
entre as duas maiores lideranças políticas da Bahia -o governador Jaques Wagner (PT) e o
ministro Geddel Vieira Lima
(Integração Nacional, PMDB).
O clima tenso dos bastidores
foi verbalizado anteontem à
noite, no último comício do
candidato do PT, Walter Pinheiro, na periferia de Salvador. No palanque, sem citar o
partido nominalmente, Wagner acusou o PMDB de ter feito
"ataques sórdidos" ao governo
Lula no passado e agora "beber" de sua "popularidade".
"Lula desde criancinha sou
eu, que, quando ele estava recebendo a saraivada de balas [na
época do mensalão], botei meu
corpo na frente para proteger o
melhor presidente do Brasil.
Hoje é fácil, com a popularidade de 80% de Lula, encher a boca e fingir que se esqueceram
dos ataques sórdidos que fizeram, para agora beberem da popularidade do presidente."
Geddel foi importante interlocutor do governo Fernando
Henrique (1995-2002), do
PSDB, mas abandonou a posição anti-Lula no final do primeiro mandato do petista.
No mesmo discurso, Wagner
chamou João Henrique
(PMDB), o aliado do ministro
que concorre à reeleição em
Salvador, de prefeito de faz-de-conta, insinuando, de novo sem
citar nomes, que a máquina do
PMDB comandada por Geddel
administra a cidade de fato.
O governador se valeu de adjetivos para se referir ao atual
prefeito, a quem o PT apoiava
há sete meses: mentiroso, covarde, despreparado, ingrato,
traidor, confuso e sem rumo.
Pronunciado três horas após
a divulgação de pesquisa Datafolha que mostrou o PMDB dez
pontos à frente do PT, o discurso de Wagner surpreendeu até
a equipe de Pinheiro. Foi a manifestação de apoio mais contundente feita até agora.
Geddel evitou confronto.
"Não sou comentarista para
analisar o que pessoas dizem."
"Meu dever é criar facilidades
para o presidente, não dificuldades." No comício de João
Henrique, Geddel disse que é
normal perder uma eleição,
mas "o que não se pode é perder
a dignidade e a compostura".
A briga na Bahia atrapalha os
planos de Lula de ter o PMDB a
seu lado em 2010. O presidente
ficou de fora da disputa em Salvador para não melindrar nenhum grupo. Ontem, recebeu
Wagner em um encontro que
não constava da agenda oficial.
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