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Lula usa eleição interna no PT para enquadrar Estados
Petista apoia candidatos em diretórios que concordam com alianças esperadas para 2010
No Rio, presidente defende o candidato que sustenta a ideia de reeleição de Cabral, o que ajuda a sacramentar a aliança com PMDB no Estado
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende utilizar a
eleição interna do PT no final
de novembro para enquadrar
Estados que resistem a abrir espaço para aliados.
Nesta semana, Lula interveio
no caso mais espinhoso, o do
Rio de Janeiro. Liberou seu
chefe de gabinete, Gilberto
Carvalho, para dar apoio explícito ao deputado federal Luiz
Sérgio, que concorre à presidência do diretório estadual
com o discurso de apoio à reeleição do governador Sérgio
Cabral (PMDB).
"Temos o desafio de consolidar as mudanças promovidas
pelo governo Lula e construir
um amplo arco de alianças para
garantir a continuidade de nosso projeto de transformação do
Brasil", diz a mensagem de
apoio a Luiz Sérgio enviada por
Carvalho.
Lula orientou seus aliados a
fazerem o possível para dar vitória por ampla margem a Luiz
Sérgio, de preferência no primeiro turno da votação petista.
Segundo a Folha apurou, sindicatos ligados à CUT ajudam
na mobilização pró-Sérgio.
O apoio do chefe de gabinete
de Lula ganha em relevância
pelo fato de o principal adversário de Sérgio, Bismarck Alcântara, ser assessor dele no
Planalto, em Brasília.
Alcântara defende a candidatura a governador do prefeito
petista de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, mas a vitória de
Sérgio praticamente selaria a
aliança com o PMDB.
"A disputa no Rio é emblemática. O resultado dará nitidez ao caminho que o Estado
seguirá na eleição", diz o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira.
Outros Estados problemáticos para o PT vivem situações
semelhantes. No Ceará, o governo trabalha pela chapa ligada à prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, defensora do
apoio ao PSB. Concorre com
ela o grupo do ex-prefeito de
Quixadá Ilário Marques, que
prefere candidatura própria.
No Paraná, Lula aposta numa vitória esmagadora do grupo ligado ao ministro Paulo
Bernardo (Planejamento) para
sacramentar o apoio ao senador Osmar Dias (PDT) para o
governo. A assinatura de Dias à
CPI do MST nessa semana deu
fôlego no partido a uma ala que
rejeita a aliança.
Outro exemplo é o Pará, onde o atual presidente estadual,
João Batista, concorre à reeleição com o discurso de apoio ao
PMDB do deputado federal Jader Barbalho.
Nesses Estados, mas principalmente no Rio, o PMDB exige uma composição com o PT
para honrar o "pré-compromisso" firmado de apoio à candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Marcado para 22 de novembro (com segundo turno em 6
de dezembro), o PED (Processo de Eleição Direta) prevê o
voto direto dos filiados para as
direções nacional, estaduais e
municipais.
Uma vitória convincente da
corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a mais ligada a
Lula, daria mais força para
moldar os palanques regionais
ao gosto da estratégia nacional.
"Uma vitória de candidatos
que defendem a tese da aliança
em vários Estados é uma sinalização fundamental para 2010",
diz Francisco Rocha, coordenador nacional da ala CNB.
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