São Paulo, sábado, 24 de outubro de 1998

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JUSTIÇA
Para juiz, não há consistência nas provas apresentadas
Parente de Calheiros acusada de golpe é solta pela PF em Alagoas

ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió

Vanise Maria Araújo Calheiros, filha de um primo do pai do ministro da Justiça, Renan Calheiros, e o agente da Polícia Federal Robson Farias deixaram ontem a cadeia, em Maceió (AL).
Eles foram presos há dez dias, acusados de "vender" cargos públicos em órgãos federais para desempregados.
Vanise Calheiros e Robson Farias foram soltos depois que o juiz federal Sebastião Vasquez negou à PF um decreto de prisão preventiva. O juiz, que havia decretado por duas vezes a prisão provisória dos dois, alegou "fragilidade de provas" para tomar a decisão.
Segundo a PF, Vanise Calheiros se apresentava como prima ou irmã do ministro para conseguir as vítimas. O cargo era vendido por um valor equivalente ao salário de um mês da função pretendida.
A PF estima que o suposto golpe tenha rendido mais de R$ 1 milhão e que 800 pessoas tenham sido vítimas.
"Sabemos que as provas são frágeis. Sabemos que o golpe foi aplicado principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Por isso, estávamos iniciando investigação nesses locais", afirmou o superintendente da PF de Alagoas, Bergson Toledo.
A PF, segundo ele, procura as vítimas do golpe para constituir prova definitiva contra Vanise Calheiros e Robson Farias. Um trabalho difícil, já que as vítimas também devem responder por crime de estelionato.
Vanise Calheiros e Robson Farias negam o envolvimento com o golpe. Existem cópias de depósito bancário que foram enviadas à PF pelas pessoas que pagaram.



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