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JUSTIÇA
Para juiz, não há consistência nas provas apresentadas
Parente de Calheiros acusada de golpe é solta pela PF em Alagoas
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
Vanise Maria Araújo Calheiros,
filha de um primo do pai do ministro da Justiça, Renan Calheiros,
e o agente da Polícia Federal Robson Farias deixaram ontem a cadeia, em Maceió (AL).
Eles foram presos há dez dias,
acusados de "vender" cargos públicos em órgãos federais para desempregados.
Vanise Calheiros e Robson Farias foram soltos depois que o juiz
federal Sebastião Vasquez negou à
PF um decreto de prisão preventiva. O juiz, que havia decretado por
duas vezes a prisão provisória dos
dois, alegou "fragilidade de
provas" para tomar a decisão.
Segundo a PF, Vanise Calheiros
se apresentava como prima ou irmã do ministro para conseguir as
vítimas. O cargo era vendido por
um valor equivalente ao salário de
um mês da função pretendida.
A PF estima que o suposto golpe
tenha rendido mais de R$ 1 milhão
e que 800 pessoas tenham sido vítimas.
"Sabemos que as provas são
frágeis. Sabemos que o golpe foi
aplicado principalmente em São
Paulo e no Rio de Janeiro. Por isso, estávamos iniciando investigação nesses locais", afirmou o superintendente da PF de Alagoas,
Bergson Toledo.
A PF, segundo ele, procura as vítimas do golpe para constituir
prova definitiva contra Vanise Calheiros e Robson Farias. Um trabalho difícil, já que as vítimas
também devem responder por crime de estelionato.
Vanise Calheiros e Robson Farias negam o envolvimento com o
golpe. Existem cópias de depósito
bancário que foram enviadas à PF
pelas pessoas que pagaram.
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