São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2000 |
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PAINEL Filé mignon O economista Marcio Pochmann, da Unicamp, é o novo integrante do governo Marta Suplicy. Subordinado a João Sayad, ele será o responsável pelos programas sociais ligados à poderosa Secretaria das Finanças. Tudo pelo social Pochmann, que se notabilizou na esquerda pelos seus estudos sobre o desemprego, será o encarregado de pôr em pé os principais programas sociais que Marta vendeu durante a campanha: o Banco do Povo, o 1º Emprego, o Começar de Novo e o Renda Mínima entre eles. Mordomo da crise O Planalto joga na conta de ACM a crise na aliança. Mas também avalia que PSDB e PMDB erraram o "timming" ao anunciar um acordo entre as duas siglas para a sucessão no Congresso. Detalhe: FHC sabia de tudo e nada fez para impedir. Rescaldo amargo A comoção do PFL, que culpou FHC em público por estar sendo isolado na sucessão das Mesas do Congresso, obrigou o presidente a correr atrás dos panos quentes. Telefonou para Jorge Bornhausen e Inocêncio Oliveira. Não mudou muito o estado de espírito do PFL. Dossiê liberal ACM quer enquadrar o PFL. O cacique pefelista não admite nem falar na hipótese de composição para eleger Jader Barbalho no Senado e Inocêncio na Câmara, dobradinha desejada no Planalto. Chegou a ameaçar quem ousar fazer outra coisa. Artistas do caos FHC chamou José Serra (Saúde), Pimenta da Veiga (Comunicações) e Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral) para discutir a crise no Congresso. Os três tucanos haviam participado da reunião que decidiu pela candidatura Aécio Neves na Câmara. Preço em alta FHC incentivou Aécio Neves a se lançar na Câmara. A cada dia fica mais difícil tirar o PSDB da parada sem que o partido se sinta, de novo, desmoralizado. Novo jogo Jader Barbalho acha que as situações foram invertidas no Congresso. Até agora, o impasse era o PMDB no Senado. Agora, o PFL tem outra preocupação: pode perder a Câmara. Ônus do cargo Um secretário da Prefeitura de São Paulo recebe hoje R$ 4.672,18 mensais de salário bruto, incluindo gratificação de gabinete e verba de representação. O dinheiro líquido que chega a seu bolso soma R$ 3.588,00. Prática condenada Nas gestões Maluf e Pitta, alguns secretários foram nomeados nas empresas da administração indireta (Prodam, SPtrans, entre outras), que pagam salários mais altos. A prática sempre foi criticada pelo PT. Gente que faz Um dos coordenadores da campanha de FHC em 94, o hoje carrasco do tucanato José Eduardo Andrade Vieira dá os primeiros passos para voltar à ativa: procura uma casa em Londrina para montar um QG político para sua candidatura ao governo do Paraná em 2002. Dupla caipira O ex-banqueiro Andrade Vieira foi picado pela mosca azul após recente conversa com o governador Itamar Franco, que só pensa na sucessão de FHC. Disputa embolada O PSDB decidiu ontem lançar oficialmente Roberto Trípoli à presidência da Câmara de SP. Disputará o cargo com José Eduardo Cardozo, que sofre uma oposição discreta de parte da própria bancada petista. Visita à Folha O historiador Evaldo Cabral de Mello visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. TIROTEIO De Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre ACM duvidar do acordo PSDB-PMDB, alegando que se trata de um acerto de cúpula que não ouviu as respectivas bancadas: - Ouço a crítica com muita humildade, já que vem de uma pessoa que tem a tradição de ouvir os companheiros democraticamente antes de anunciar suas decisões. CONTRAPONTO No mundo da lua O Senado aprovou terça-feira projeto que proíbe a propaganda de cigarros na TV. No auge das discussões no Senado sobre a redação final da lei a ser votada, Ney Suassuna (PMDB-PB) entrou esbaforido no plenário: - Presidente, pela ordem, preciso fazer um encaminhamento importante! A palavra foi dada ao senador: - Gostaria de, antes da votação, elogiar a indicação do governo para a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Ninguém entendeu nada. ACM, rindo, o interrompeu: - Acho que o senhor está um pouco adiantado. Estamos votando a questão do cigarro. Envergonhado, Suassuana saiu de fininho, sob gargalhadas. Meia hora depois, na votação da Aneel, ACM não perdoou, percebendo que Suassuna não voltara ao plenário: -Suassuna, Suassuna! Chegou a tua vez... Próximo Texto: Salário mínimo: Governistas descartam uso de contribuição de inativos Índice |
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