São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2000

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Petistas apostam em nova candidatura de Lula

DA REPORTAGEM LOCAL

DA AGÊNCIA FOLHA

O prefeito eleito de Porto Alegre, Tarso Genro, prevê vitória folgada de Luiz Inácio Lula da Silva sobre o senador Eduardo Suplicy numa eventual prévia para escolha do candidato do PT ao Planalto em 2002. "Lula vence folgadamente", disse.
Para Genro, o senador "não tem condições de formar uma maioria" no partido. Disse, porém, ver com "naturalidade" o lançamento da pré-candidatura. "A candidatura dele tem que ser respeitada porque é um companheiro que merece o nosso respeito."
Para Genro, Lula deverá ser pela quarta vez o candidato do PT. "Vai ser examinado o processo através do qual nós vamos escolher, mas a minha intuição e avaliação é que o nosso candidato é o Lula. Tem que ser o Lula."
O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), disse que não vai tentar impedir a candidatura. "Quem sou eu para pressionar o Suplicy, um senador com oito milhões de votos. Ele tem todo direito, todo mérito de ser candidato", afirmou.
Segundo José Dirceu, "no PT, é lei: se houver mais de uma candidatura vai haver prévia. Quem decide são os filiados."
O deputado afirmou que, em jantar há um ano, Lula liberou Suplicy, o ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque, os deputados federais Aloysio Mercadante e José Genoino (SP), e Tarso Genro para que se lançassem candidatos à sucessão de FHC e percorressem o país.
"Tudo ficou adiado por causa das eleições municipais. Não tem sentido dizer que o diretório do partido coloca óbice à candidatura de Suplicy porque o diretório não se reuniu", afirmou.
O governador do Acre, Jorge Viana (PT), disse ontem que Lula é, considerando candidatos de todos os partidos, o político mais bem preparado para se candidatar à Presidência em 2002.
"O Lula é um patrimônio nacional que não pode ser desperdiçado. Não há um político que conheça como ele todos os cantos do país", afirmou.
Ele reconhece que "também é legítima" a pré-candidatura de Eduardo Suplicy. Mas, para ele, as lideranças do PT deveriam hoje se preocupar apenas com o diálogo entre as forças de centro e esquerda e, só a partir de março próximo, começar a pensar no candidato do partido à Presidência.
Segundo ele, o PT deve discutir desde já estratégias de aliança com o PDT, o PPS e o PSB, para um virtual segundo turno. "Deveríamos analisar os projetos desses partidos e principalmente respeitar a candidatura de cada um."
O prefeito reeleito de Belém, Edmilson Rodrigues, também apóia Lula para 2002, mas não faria objeções a Eduardo Suplicy. Ele defendeu que o candidato petista seja escolhido até abril de 2001, para trabalhar o nome nacionalmente.
Rodrigues é contra prévias para definir o candidato. "Em Belém, temos trabalhado com o consenso nas indicações, o que não elimina o caráter democrático."


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