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Sarney é
conciliador
profissional
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um conciliador profissional,
que não entra em bola dividida.
Assim o senador José Sarney
(PMDB-AP) é definido por alguns colegas, que ainda duvidam
de sua disposição para concorrer
à presidência do Senado entrando
em confronto direto com o presidente do seu partido, senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
A maioria dos senadores conhece Sarney mais pelo seu passado
de ex-presidente da República
(1985-90) do que por sua atuação
parlamentar, marcada pela discrição e pela aversão à polêmica.
As movimentações de Sarney ficam restritas aos bastidores. A
maior parte do seu tempo tem sido dedicada às atividades de escritor. Membro da Academia Brasileira de Letras, lançou recentemente o romance ""Saraminda".
Colegas do PMDB o acusam de
ser mais identificado com o PFL
do que com seu partido. Citam
seu passado na UDN, na Arena
-que presidiu- e no PDS e o fato de ter dois filhos no PFL -a
governadora do Maranhão, Roseana, e o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho.
Ele é visto como candidato de
ACM, seu maior cabo eleitoral e
responsável pelo veto do PFL à
candidatura de Jader, o que reduz
suas chances de ser escolhido pela
bancada peemedebista.
Um parlamentar da oposição o
definiu como um ""grande ex-presidente da República", comparando-o a um homem que, quando casado, não é um bom marido,
mas que, ao se separar, tem comportamento irrepreensível.
Apesar de crítica em relação à
atuação de Sarney na Presidência,
a maior parte da oposição considera positiva sua gestão como
presidente do Senado (1995-97) e
apoiaria sua candidatura.
Segundo parlamentares da oposição, Sarney é visto como um
parceiro mais confiável que Jader,
além de ter condições de impor
mais respeito à instituição.
Como presidente do Senado,
Sarney deu início à estrutura de
comunicação hoje existente na
Casa, com televisão, rádio e jornal. Implantou o sistema de elaborar pauta de votações com um
mês de antecedência, reduzindo
-em relação à prática observada
até então- a margem de manipulação da ordem do dia por conveniências políticas. O desempenho dele no Senado é tão discreto,
que fica difícil descrever suas posições em votações polêmicas. Segundo colegas, ele se esconde para não desagradar a ninguém.
(RAQUEL ULHÔA)
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