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São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2003

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PAINEL

Como eu digo
Na sexta-feira, o presidente pediu aos sem-terra que o julguem apenas ao final de seu mandato, em 2006. No último dia de 1995, escrevendo sobre o primeiro ano de FHC, Lula condenou o governo por, entre outros pecados, ter assentado "ridículas 15 mil famílias".

Como eu faço
A referência às "ridículas 15 mil famílias" do primeiro ano da administração tucana foi feita por Lula em artigo publicado na Folha. O mais recente dado oficial do governo petista indica 13 mil famílias assentadas até outubro. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, hoje já seriam 22 mil.

Ninguém me quer
A bancada do PSB é contrária à manutenção de Roberto Amaral no Ministério da Ciência e Tecnologia, cota da legenda no governo federal. Prefere colocar um deputado no cargo. Lula já deu a entender que a permanência de Amaral na Esplanada depende do apoio do partido.

Terreno livre
Miguel Arraes deverá ser reeleito presidente do PSB no próximo final de semana. O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, seu maior rival no partido, desistiu de enfrentá-lo.

Poupança inútil
Vice-líder do governo na Câmara, o paranaense Paulo Bernardo teve a carteira roubada em Brasília. O ladrão gastou R$ 5.000 em seu cartão de crédito, dos quais R$ 3.200 em ternos. "E eu ainda fico fazendo economia, só comprando terno de R$ 300", lamentou o deputado petista.

Mercado futuro
PSDB e PDT travam animada disputa de bastidores para indicar o vice de Cesar Maia na campanha pela Prefeitura do Rio. Se reeleito, o pefelista tem planos de deixar o cargo em 2006 para concorrer ao governo estadual, presenteando o vice com dois anos à frente da prefeitura.

Despedida
Uma das últimas decisões do juiz João Carlos da Rocha Mattos antes de ser atingido pela Operação Anaconda foi trancar investigação do Ministério Público Federal sobre o não-cumprimento de obrigações da Fundação Armando Álvares Penteado como entidade filantrópica.

Alegação aceita
Citando decisão do STF, a Faap alegou que a apuração compete à polícia. Rocha Mattos concordou e concedeu habeas corpus, no dia 8 de setembro, retirando o caso do Ministério Público. Uma das suspeitas é que a fundação, beneficiada com isenção fiscal, tenha aplicado recursos em campanhas eleitorais.

Moda que pegou
O PT paranaense entrou com ação para que o governador Roberto Requião destine mais R$ 130 milhões à saúde no Orçamento de 2004. Alega que recursos de outras áreas foram computados como gastos do setor, mesmo artifício usado por Lula e derrubado posteriormente.

Sem conversa
Preocupado com a possibilidade de ser derrotado na Justiça e ter de mudar o Orçamento, Requião enviou carta ao deputado federal petista Paulo Bernardo. "Faça oposição a mim, não aos servidores públicos e a suas famílias", pediu o governador. O PT manteve a ação.

No tabuleiro
Dez internos da unidade do Tatuapé da Febem terão hoje a oportunidade de enfrentar o enxadrista Anatoli Karpov, que visitará a entidade. O outro desafiante do russo será o governador Geraldo Alckmin, praticante nas horas vagas.

Próximo capítulo
Contando com a cassação do peemedebista Joaquim Roriz, o PT já prepara a campanha de Geraldo Magela ao governo do Distrito Federal. O comando ficaria com o deputado Sigmaringa Seixas e Swenderberger Barbosa, subchefe da Casa Civil.

TIROTEIO

Do governador Cássio Cunha Lima (PB), tucano próximo de Lula, sobre política econômica:
-A crise é brava, mas ainda tenho esperança de que no ano que vem a situação irá melhorar. Sou um otimista, talvez um dos poucos que sobraram.

CONTRAPONTO

Por uma vida melhor

Atual ministro das Cidades, Olívio Dutra sempre manteve hábitos pouco comuns entre políticos. Eleito prefeito de Porto Alegre em 1988, continuou a usar transporte coletivo para ir de casa ao trabalho. Uma vez fora do cargo, voltou a dar expediente como caixa em uma agência do Banrisul.
Em seu primeiro ano na prefeitura, Olívio travou dura disputa com as empresas de ônibus. Queria reduzir o preço da passagem. Os emprersários pediam o contrário. A solução foi manter o valor da tarifa.
Durante a negociação, Olívio utilizou o transporte de sempre para ir à prefeitura. Achava que a população aprovaria o gesto. Para sua surpresa, ouviu de uma passageira um comentário de que nunca se esqueceu:
- O prefeito continua andando de ônibus. Se ele não consegue nem melhorar a vida dele, como vai melhorar a nossa?



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