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Orçamento emperra no Congresso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A tramitação do Orçamento de
2004 no Congresso está atrasada,
principalmente, devido à falta de
acordo para a apresentação de
emendas parlamentares.
O governo espera terminar a votação do Orçamento da União até
o dia 15, mas os próprios governistas admitem que pode atrasar.
Hoje, os ministros Antonio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil) devem se reunir com a
bancada do PT para fechar o mapa da liberação das emendas parlamentares de 2002 que ainda não
foram liberadas.
Apesar das dificuldades na liberação, deputados e senadores
apresentaram ao Orçamento 2004
emendas que totalizam R$ 65 bilhões, quase dez vezes o valor reservado no próximo ano, pelo governo, para novos investimentos.
"Isso é irrealista", afirmou na
semana passada o deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ), relator da
proposta orçamentária.
O valor para as emendas parlamentares em 2004 é de R$ 2,5 bilhões, o que representa menos de
4% do pretendido pelos congressistas. Devido a isso, a maior parte
das propostas vai ser rejeitada na
elaboração do relatório final, que
deve ir a voto em dezembro.
O valor recorde das emendas foi
impulsionado pelas propostas coletivas, das bancadas estaduais,
regionais e pelas comissões do
Congresso, que somaram R$ 63,5
bilhões. As emendas individuais
ficaram em R$ 1,5 bilhão, já que o
valor para cada congressista é limitado a R$ 2,5 milhões.
Comparativamente, para o Orçamento deste ano houve a apresentação de emendas que totalizaram R$ 38 bilhões. Desse valor,
só R$ 7,8 bilhões foram incorporados, mas quase nada foi efetivamente pago até o momento devido ao contingenciamento.
"Nossa idéia é acabar com o jogo de faz-de-conta. Trabalhamos
com números menores, mas realistas", afirmou Bittar.
As propostas individuais se
concentram, tradicionalmente,
em pequenas obras e investimentos nos redutos eleitorais dos parlamentares. As coletivas são destinadas a obras maiores, geralmente acordadas com governadores.
As áreas que receberam as
emendas com maior valor foram
as de infra-estrutura (R$ 16 bilhões), seguidas de saúde (R$ 9,7
bilhões) e de educação, cultura,
esporte, ciência e tecnologia (R$
8,3 bilhões). A proposta orçamentária do ano que vem prevê receitas primárias de R$ 402 bilhões.
Há um déficit de quase R$ 10 bilhões devido à previsão de novos
gastos com a reforma agrária,
com o pagamento de reajuste aos
aposentados e com aqueles oriundos da reforma tributária.
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