ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Candidato a prefeito de Cuiabá (MT) pelo PT em 2004, Alexandre Cesar trocou cerca de 80 ligações com Valdebran Padilha e pelo menos duas com Expedito Veloso no período de negociação do dossiê antitucano, segundo a Polícia Federal.
Expedito e Valdebran eram emissários do PT. Valdebran foi tesoureiro da campanha de Alexandre à Prefeitura de Cuiabá. Ex-diretor do Banco do Brasil e ex-integrante da campanha do presidente Lula, Veloso chegou a viajar a Cuiabá para tratar com a família Vedoin sobre o assunto. Os telefonemas trocados com Cesar ocorreram em 22 de agosto, véspera da ida de Veloso a Cuiabá.
Não é a primeira vez que Cesar é citado em escândalo. Em fevereiro deste ano, a PF concluiu inquérito sobre caixa dois do PT em Cuiabá na eleição de 2004, confirmando gastos de ao menos R$ 3,5 milhões não declarados. Na época, Cesar culpou o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares. Os gastos não foram pagos aos fornecedores e tornaram-se dívidas, parte delas reconhecida em cartório.
A quebra do sigilo telefônico dos envolvidos no caso havia revelado o deputado federal Carlos Abicalil (MT), que trocou pelo menos 20 ligações com Veloso. A PF suspeita que Abicalil e Cesar tenham feito a ponte entre os Vedoin e integrantes da campanha de Lula.
Os dados mostram que o gabinete de Abicalil em Brasília recebeu, em 5 de setembro, pelo menos duas ligações de Valdebran. A reportagem não conseguiu localizar Cesar. (LS e AM)


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