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Polícia prende 35 acusados de crimes em área indígena
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal prendeu
ontem ao menos 35 pessoas
acusadas de envolvimento com
crimes ambientais em terras
indígenas de Mato Grosso.
Entre os presos na operação,
que ocorreu também em outros
seis Estados, estão o ex-superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis) em Mato Grosso Jacob
Kuffner, grileiros, fazendeiros
e donos de madeireiras.
Também foi detido o funcionário da Sema (Secretaria de
Meio Ambiente de Mato Grosso) Geraldo Pereira, que estava
cedido pela secretaria desde setembro de 2005 para a assessoria do deputado estadual Dilceu
Dal'Bosco (PFL-MT), reeleito
nesta eleição.
Segundo a assessoria do órgão estadual, Pereira foi afastado de seu cargo na Sema depois
de ter seu nome relacionado a
crimes ambientais. A Folha
não conseguiu localizar os advogados de Pereira e Kuffner.
A operação, que envolveu
cerca de cem policiais e contou
com informações cedidas pelo
próprio Ibama, foi batizada de
Kayabi, em referência ao território indígena onde ocorreram
as irregularidades. Estima-se
que ações ilegais tenham desmatado 30 mil ha da área.
Em Mato Grosso, foram presos 32 pessoas. Em Sergipe,
Mato Grosso do Sul, Goiás e
Presidente Prudente (565 km
de São Paulo), a PF efetuou
uma prisão. A polícia também
atuou no Rio de Janeiro e Minas Gerais. No total, foram expedidos 68 mandados de prisão
e 34 de busca e apreensão.
Os presos são suspeitos de
envolvimento com grilagem de
terras, destruição de florestas
de preservação permanente,
extração ilegal de madeira e falsidade ideológica.
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