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Peemedebistas comandam chefias estaduais da Funasa
Das 26 coordenações regionais, só 6 não são dirigidas por indicados do partido
Até 2003, apenas servidores de carreira podiam chefiar a Funasa nos Estados; decreto de Lula permitiu nomeações após PMDB assumir a Saúde
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O domínio do PMDB sobre
os cargos na Funasa (Fundação
Nacional da Saúde) mostra por
que as bancadas da Câmara e
do Senado partiram para o ataque ao ministro José Gomes
Temporão (Saúde) quando ele
disse que órgão é corrupto.
Levantamento feito pela Folha identificou que, das 26
Coordenações Regionais da
Funasa nos Estados (COREs),
apenas 6 não são chefiadas por
indicados de congressistas do
PMDB. Desse total, apenas em
quatro delas houve indicações
da bancada do Senado.
Ao entrar em colisão com o
presidente da Funasa, Danilo
Forte, Temporão implodiu o
respaldo político que tinha na
bancada da sigla na Câmara. A
Folha apurou que a bancada
peemedebista desistiu de pedir
a cabeça do ministro para não
tumultuar o processo de escolha dos novos integrantes das
Mesas Diretoras no Congresso.
O partido trabalha para colocar
Michel Temer (SP) na presidência da Câmara e ficar também com o Senado.
Nesta semana, foi cogitada a
hipótese de deslocar o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP)
para a Saúde. Outra saída é oferecer o posto ao senador Tião
Viana (PT-AC), deixando o caminho livre para um peemedebista assumir o Senado.
O líder do PMDB na Câmara,
Henrique Eduardo Alves (RN),
afirmou não querer vincular
uma coisa à outra. "O Ministério da Saúde é inegociável", disse. No entanto, ele reconheceu
que a Funasa é, de fato, um órgão dominado por indicações
da bancadas no Congresso.
Ao lado do deputado Eunício
Oliveira (PMDB-CE), Alves foi
responsável pela condução de
Forte à presidência da Funasa
-na gestão de Paulo Lustosa,
ele era o diretor-executivo.
Até 2003, apenas os servidores de carreira podiam comandar as coordenações regionais.
A mudança foi estabelecida por
decreto do presidente Lula. Foi
a partir da chegada do PMDB à
pasta da Saúde que os cargos
nas COREs passaram para
mãos de homens de confiança
peemedebistas.
As coordenações representam a Funasa nos Estados. Apesar de os convênios e a liberação de recursos serem feitos em
Brasília, a execução e a fiscalização das obras são atribuições
das coordenações regionais.
Por isso, o PMDB prefere manter postos na ponta e na sede.
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